4 de fevereiro de 2021

Mas eu queria um crocodilo: Castro no Harlem

Sob aplausos de "Viva Castro! Viva Cuba!", a delegação se posicionou no Hotel Theresa, no Harlem, que se tornou uma espécie de quartel-general da oposição durante a sessão da ONU. Malcolm X foi o primeiro líder negro a cortejar Castro, entrevistando-o em sua cama e, após trinta minutos, declarando-o "a única pessoa branca de quem realmente gostei".

Thomas Meaney


Vol. 43 No. 3 · 4 February 2021

Ten Days in Harlem: Fidel Castro and the Making of the 1960s
por Simon Hall.
Faber, 276 pp., £ 17,99, setembro de 2020, 978 0 571 35306 4

Seria quase impossível, disse Eric Hobsbawm certa vez, imaginar rebeldes mais bem preparados para atrair a Nova Esquerda do que Castro e seus camaradas. Apesar dos ocasionais escárnios dos anciãos do Terceiro Mundo (Nasser os descartava como "um bando de Errol Flynns"), os liberais ocidentais estavam tão apaixonados quanto os radicais. O New York Times publicou um perfil admirado de Castro em três partes, de seu esconderijo na Sierra Maestra, em 1957, quando ele ainda era um tritão revolucionário. Dois anos depois, após suas forças varrerem as cidades das terras baixas, desencadeando uma série de levantes populares que destruíram o regime esclerosado de Fulgencio Batista, a adulação veio de todos os lados: cartas de felicitações de congressistas americanos, pedidos de direitos de Hollywood, convites para o "Dr. Castro" discursar para estudantes universitários da Ivy League. "Minha equipe e eu éramos todos fidelistas", lembrou o funcionário da CIA em Cuba.

Na esteira de seu triunfo, Castro se esforçou para atrair a bênção de Washington. Três meses após suas forças tomarem Havana, ele viajou para Nova York a convite de um grupo de editores de jornais americanos. Lá, contratou uma empresa de relações públicas na Madison Avenue, apareceu no programa Meet the Press, deu amendoim aos elefantes no zoológico do Bronx e brincou com crianças em idade escolar usando barbas de papel preto. "Castro declara que o regime está livre da influência comunista", declarou um satisfeito New York Times. Em uma conferência em Princeton organizada por R.R. Palmer, o historiador das revoluções burguesas, Castro assegurou à plateia que sua revolução se inspiraria em 1776, e não em 1789 ou 1917 (há alguma controvérsia sobre se Hannah Arendt estava na plateia, acenando com a cabeça em aprovação). A revolução cubana, disse Castro, deve seu sucesso aos excessos da polícia secreta de Batista – 20 mil execuções extrajudiciais somente na década de 1950 – e ao fato de os fidelistas "não terem pregado a guerra de classes". Embora a revolução cubana tenha marcado o primeiro avanço do socialismo nas Américas, foi tentador, desde o início, tratá-la como uma retardatária entre as revoluções liberais do século anterior, em cujos líderes – Garibaldi, Bolívar, Martí – Castro se modelou conscientemente.

As primeiras reformas de Castro tinham um toque puritano. O regime fechou bordéis e cassinos. Devido a algum apego persistente à moral burguesa, Castro insistiu que todos os namorados e namoradas da guerrilha da Sierra Maestra se casassem. Mas a reforma mais popular e significativa tinha a ver com a terra. O ímpeto pela reforma agrária, como demonstrou a historiadora Sara Kozameh, veio tanto dos camponeses cubanos quanto dos próprios revolucionários, que tiveram que administrar uma delicada coalizão anti-Batista formada pela população rural pobre – para quem os acampamentos de Castro frequentemente proporcionavam o primeiro contato com o Estado (médicos, professores, escolas) – e pequenos proprietários de terras, que apoiavam Castro com recursos materiais e até investiam em títulos revolucionários. A Lei Fundamental da revolução limitava todas as propriedades a quatrocentos hectares, com o restante a ser expropriado pelo Estado e indenizado com títulos de vinte anos. Como medida temporária, nenhuma terra poderia ser comprada por não cubanos. Tudo isso era demais para o governo Eisenhower. Embora mal tivesse levantado um dedo em favor de Batista, Washington acompanhava de perto as negociações entre as corporações americanas e o novo regime. Pouco importava que, durante uma visita a Tóquio logo após a revolução, Che Guevara, o banqueiro central do novo governo, tivesse se inspirado nas reformas agrárias muito mais abrangentes que Washington impôs ao Japão do pós-guerra, que limitavam a terra a um hectare por pessoa.

Para Eisenhower, o conquistador da Europa, os radicais emergentes na América Central e no Caribe eram moscas a serem esmagadas. Jacobo Árbenz, na Guatemala, havia acionado o alarme anticomunista em 1952, quando seu Decreto 900 limitou as propriedades a noventa hectares. Mas Castro também foi precedido pelo exemplo boliviano. O governo revolucionário de esquerda de Paz Estenssoro – antes visto de forma ainda menos favorável que Árbenz por Washington – havia conseguido persuadir o governo Eisenhower de que sua agenda nacionalizadora era harmoniosa com a hegemonia regional dos EUA. Castro não estava disposto a ceder tanto. Seis meses após reconhecer seu governo, o governo Eisenhower elaborou planos para miná-lo. Proibiu o comércio com Cuba em 1960, e a CIA começou a ajudar exilados cubanos que usavam biplanos para bombardear refinarias de açúcar cubanas. Mas a campanha de sabotagem apenas fortaleceu a determinação cubana e aumentou o reconhecimento internacional de Castro. Fora de Cuba, a detonação, apoiada pelos EUA, em 1960, do cargueiro francês La Coubre, que entregava armas no porto de Havana (cem pessoas morreram), é praticamente esquecida. A imagem que Alberto Korda tirou de Che Guevara, de boina, em um serviço memorial para as vítimas é difícil de evitar.

Dez Dias no Harlem, de Simon Hall, é um relato animado da ofensiva de charme de Castro em setembro de 1960, quando ele visitou Nova York novamente, desta vez para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi um momento delicado para todos os envolvidos: a revolução de Castro estava apenas começando a se estabelecer, a ONU estava digerindo dezessete novos membros – o "Ano da África" ​​– e estava atolada na crise do Congo, enquanto Eisenhower não mostrava sinais de ser capaz de lidar com os protestos pelos direitos civis que ocorriam nos EUA. "Para Fidel", escreve Hall, "a oportunidade de aumentar o desconforto da América era boa demais para ser desperdiçada". Mas o próprio Castro suportou uma série de desconfortos durante a viagem. Já informado da conspiração de Washington para eliminá-lo, ele estava nervoso no avião a jato para Nova York, que ele meio que esperava ser interceptado por caças americanos. "Se eu fosse a CIA", disse à sua comitiva, "derrubaria o avião no mar e relataria tudo como um acidente." (Ele não precisava ter conjecturado: esse tipo de ataque ocorreria em 1976, quando exilados cubanos apoiados por Washington bombardearam o avião que transportava a equipe cubana de esgrima, o primeiro grande ataque terrorista a um avião de passageiros e o maior ato de terror aéreo nas Américas até o 11 de setembro.)

Os cubanos tiveram um começo difícil em Nova York. As acomodações na cidade eram escassas. Castro havia trazido sua rede caso a delegação precisasse acampar no Central Park. Nas 24 horas seguintes ao check-in no Hotel Shelburne, na Avenida Lexington, o proprietário, que ouvira rumores de que os delegados cubanos estavam depenando e cozinhando frangos em seus quartos, exigiu um depósito de segurança de US$ 10.000. Furioso, Castro concedeu uma entrevista coletiva e sugeriu que a sede da ONU fosse transferida para outro lugar (um ponto de acordo com Eisenhower) e que ele, afinal, dormiria no Central Park. Quando repórteres perguntaram a Castro se ele não estava preocupado com ladrões no parque, ele respondeu com falso espanto: "Como pode haver ladrões neste país? Os trabalhadores não ganham salários decentes?" Os cubanos se mudaram para o Hotel Theresa, no Harlem, um ponto badalado da cena jazzística do entreguerras, cujos dias de glória pareciam ter acabado há muito tempo. Acabou sendo uma jogada publicitária tão brilhante que Hall teve que refutar o mito de que todo o drama foi coreografado pelos cubanos com antecedência.

Sob aplausos de "Viva Castro! Viva Cuba!", a delegação se posicionou no Theresa, que se tornou uma espécie de quartel-general da oposição durante a sessão da ONU. Malcolm X foi o primeiro líder negro a cortejar Castro, entrevistando-o em sua cama e, após trinta minutos, declarando-o "a única pessoa branca de quem realmente gostei". Mas a política racial em Cuba se tornaria um ponto sensível para muitos dos nacionalistas negros que visitaram Cuba ao longo da década seguinte. Alguns afro-cubanos se identificaram com o não branco Batista, enquanto outros criticaram o fechamento de associações negras por Castro, como a Federação Nacional das Sociedades Negras. O caso do cineasta afro-cubano Guillén Landrián, cujos documentários foram aclamados no Bloco Oriental, mas que foi perseguido em casa por manter a revolução cubana fiel aos seus ideais, foi apenas um exemplo infeliz da sensibilidade do regime às críticas. Mas, embora o regime de Castro não tivesse nada parecido com ação afirmativa e tropeçasse diante do racismo cotidiano, declarando oficialmente em 1962 que as divisões raciais haviam sido superadas, ele contribuiu para a alfabetização, a moradia e a consciência política. No cenário internacional, Cuba era como uma formiga poderosa, carregando várias vezes o seu peso na luta contra a supremacia branca. Em toda a África, dezenas de milhares de soldados cubanos ajudaram a garantir conquistas anticoloniais, sendo a mais dramática a derrota das forças sul-africanas em Cuito Cuanavale, no sul de Angola, que impulsionou a desintegração do apartheid. Não foi surpresa quando Nelson Mandela fez uma de suas primeiras viagens como presidente a Havana.

A cidade de Nova York tem sido usada há muito tempo como um local de propaganda para críticos ferrenhos dos Estados Unidos, que acreditam ser improvável que sejam assassinados nas proximidades de Wall Street e do Rockefeller Center. Em 2006, Hugo Chávez distribuiu óleo de aquecimento gratuito para o South Bronx e pagou ostensivamente as dívidas de ONGs hispânicas na cidade. Para Castro, na década de 1960, o Harlem era um lugar útil para expor a injustiça americana. Ele fazia questão de convidar a equipe do hotel, em sua maioria negra, para jantar e apresentá-la a dignitários. O espetáculo igualitário tornou-se uma sensação na imprensa, e a intelectualidade dissidente da cidade – Allen Ginsberg, Amiri Baraka, I.F. Stone – afluiu ao salão de baile do Theresa, com Henri Cartier-Bresson presente para registrar tudo. Outros líderes do Terceiro Mundo em Nova York naquela semana só podiam reclamar da perda de destaque. Kwame Nkrumah, que havia trabalhado em uma fábrica de sabão no Harlem aos vinte e poucos anos, viu-se relegado a segundo plano na imprensa. Um dos melhores momentos do relato de Hall ocorre quando Nasser vai ao Harlem visitar os cubanos. Quando ele presenteia Castro com um jogo de chá de prata, Castro pergunta se ele não poderia lhe dar um crocodilo. Nasser explica que existem precisamente quatro crocodilos em todo o Egito, todos alojados no Zoológico do Cairo. Durante os dias seguintes, relata Hall, ouvia-se Nasser murmurar: "Um crocodilo... um crocodilo".

Dez Dias no Harlem não economiza em detalhes picantes, e Hall tem bons motivos para enfatizar os aspectos psicológicos das trocas de farpas de Castro: nos últimos anos, ele optou por enviar tropas cubanas em apoio aos líderes revolucionários com quem se dava bem – Ben Bella, Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Mengistu Haile Mariam. Mas também há momentos em que Hall recai no estilo da esquerda Kodak-carrossel, escolhendo cenas pela cor em vez do significado. Historiadores podem ser paparazzi atrasados ​​para a cena. Embora Hall dê pouca importância ao assunto, o ponto central da semana de Castro em Nova York foi o discurso de quatro horas e meia que ele proferiu na Assembleia Geral da ONU. Lá, Castro não apenas conectou Cuba ao resto do mundo em processo de descolonização, enfatizando que, para ele, estava declarando a independência de Cuba dos monopólios corporativos dos EUA; ele também caminhou na corda bamba da Guerra Fria, brincando que, quando se tratava de expropriações, "Ainda não éramos 100% comunistas... Estávamos apenas ficando um pouco rosados". Como Hall sugere, este foi um ponto de virada para a ONU, que em breve deixaria de ser uma câmara de compensação para a missão global dos EUA, mas uma fonte persistente de constrangimento para Washington. Em dezembro de 1960, a pedido de Harold Macmillan, os EUA dariam um passo em direção ao desperdício de sua já duvidosa imagem anticolonial ao se juntarem à África do Sul e a Portugal na abstenção na resolução da Assembleia Geral que pedia "um fim rápido e incondicional" ao colonialismo "em todas as suas formas e manifestações".

A extrema extensão dos discursos de Castro é um enigma. Ele os revisava compulsivamente. Angela Davis lembra-se de ele lhe dizer que costumava ficar nervoso antes de pronunciá-los. Parte disso pode ter a ver com a paciência metódica que ele aprendeu durante seus dois anos na fortaleza montanhosa da Sierra Maestra. Foi também o lugar onde Castro, que venerava os versos de Martí e lia os primeiros rascunhos de Gabriel García Márquez, escreveu sua própria poesia. Nos primeiros anos, ele ainda precisava explicar sua revolução ao mundo – e a si mesmo – e defender sua agenda mutável contra uma contranarrativa implacável gerada por Miami, Washington e Pretória. Em certo sentido, talvez seja melhor pensar nos longos discursos de Castro como feitos monumentais de compressão, nos quais ele sintetizou vastas quantidades de informações sobre a luta anti-imperial global para seus espectadores, da mesma forma que Cícero extrapolou a partir dos dados dos cobradores de impostos romanos e Burke ofereceu uma antropologia das colônias americanas. "Colônias não falam", disse ele à Assembleia Geral, e era isso, acima de tudo, que ele queria contradizer. Não apenas questões cubanas, mas também de todas as nações, foram alvo das críticas de Castro, desde a insuficiente desnazificação da Alemanha Ocidental até as atrocidades francesas na Argélia. Nas décadas seguintes, seus discursos se tornariam rituais nacionais extenuantes, mas quase até o fim permaneceram um ponto confiável de resistência ao triunfalismo americano.


A saída de Castro de Nova York foi mais difícil do que sua entrada. Ao chegar no Aeroporto Idlewild, ele descobriu que o jato cubano da sua delegação havia sido apreendido por um advogado de Brooklyn, com uma ordem judicial como garantia pelos bens confiscados de empresários americanos em Cuba. O Departamento de Estado dos EUA tentou anular a ação das autoridades locais, mas o caso teve que aguardar a decisão de um juiz. Castro não poderia ter pedido uma demonstração mais clara de que o Estado dos EUA era um servo dos interesses financeiros. (Sessenta anos depois, em 2012, houve um caso ainda mais dramático quando a marinha dos EUA apreendeu um navio argentino em águas de Gana em nome do fundo de hedge de Paul Singer, de Nova York.) A apreensão de seu avião deixou Castro com poucas opções, a não ser aceitar o assento em um jato soviético oferecido por Khrushchev. "Vocês tiraram nossos aviões", explicou Castro em inglês quebrado à imprensa reunida. "Os soviéticos nos deram aviões... O povo americano é um bom povo. O povo do Harlem é um povo maravilhoso. Vocês, os repórteres, são maravilhosos. Mas vocês não são os donos."

"Nós empurramos Cuba, centímetro a centímetro, para uma aliança com os soviéticos", escreveu Norman Mailer, "tão deliberada e insana quanto um homem que se propõe a trair a si mesmo." Castro nunca quis ficar em dívida com os soviéticos. Ele havia minimizado o papel do Partido Comunista local (Partido Socialista Popular) na preparação do terreno para sua própria revolução. Mas havia poucas opções para uma economia de monocultura de sete milhões de pessoas a 145 quilômetros da costa da Flórida. Depois que Kennedy, em abril de 1961, aprovou o golpe que Eisenhower havia planejado, e o executou de forma incompetente, nada iria reparar as relações (no período que antecedeu a Crise dos Mísseis de Cuba, Mailer propôs amenizar as relações enviando Ernest Hemingway a Havana como um observador cultural simpático). Os EUA passariam o meio século seguinte em um prolongado confronto ideológico que os levou a implementar intermináveis ​​programas de ajuda e reforma agrária, como a Aliança para o Progresso de Kennedy, a fim de evitar revoluções em toda a América Latina. Castro recorreu a Moscou menos por alinhamento ideológico do que por não ter uma ideologia definida. Como escreve Richard Gott em sua história de Cuba:

Quando os revolucionários cubanos chegaram para governar o país, estavam perdidos... Primeiro, tentaram uma coisa, depois outra: importaram economistas estrangeiros; tentaram a substituição de importações; buscaram diversificação; nacionalizaram tudo o que viam pela frente; ouviram o canto de sereia daqueles que sugeriam autarquia econômica. Finalmente, recorreram à União Soviética, fonte de inúmeros conselheiros, muita tecnologia inovadora e quantias aparentemente ilimitadas de dinheiro. Os russos haviam liderado uma revolução por meio século. Eles eram os especialistas.
Na década de 1990, depois que Gorbachev retirou abruptamente a ajuda a Cuba, a economia quase entrou em colapso. O Estado incentivou os agricultores a recrutar animais de tração novamente em vez de máquinas irreparáveis. Castro permitiu que paladares – pequenos restaurantes privados – abrissem, enquanto seu irmão, Raúl, que assumiu o Estado em 2011, adotou uma abordagem mais branda em relação ao mercado negro. O principal produto de exportação de Washington continua sendo operações amadoras de inteligência. Na última década, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) tentou fomentar insurreições juvenis em Cuba, criando uma plataforma de mídia social com vigilância integrada, infiltrando-se em festivais de música e cooptando alguns dos rappers menos talentosos do país. Hoje, os americanos retornaram em suas encarnações originais: como investidores, turistas e missionários, consolidando suas igrejas com o fornecimento de água potável nas cidades menores. Cuba não envia mais forças expedicionárias ao redor do mundo, mas seu "exército de jaleco branco" de médicos combateu a Covid-19 em quarenta países. "A história me absolverá", gritou Castro em seu primeiro julgamento, como um revolucionário de 27 anos cuja tentativa de tomar o Quartel Moncada terminou em desastre. Setenta anos depois, ainda é difícil chegar a qualquer veredito. Mas o julgamento modesto de Gott parece sensato: além de seu heroísmo africano, o legado mais duradouro de Castro pode ser o de ter deixado uma proteção social suficiente para amortecer o golpe, à medida que Cuba retorna à ordem mundial capitalista.

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