Cinco teses sobre resultados obtidos na "Super-Terça"
Corey Robin
Jorge Sanhueza-Lyon / KUT News |
I
Bernie Sanders ganhou em quatro estados: Oklahoma, Minnesota, Vermont e Colorado. Hillary Clinton venceu em sete estados: Alabama, Arkansas, Geórgia, Massachusetts, Tennessee, Texas e Virgínia. Isso significa que, no total, Sanders tem cinco estados (esses quatro além de New Hampshire) e Clinton tem dez (os sete mais Nevada, Iowa e Carolina do Sul).
Mas eis aqui o ponto fundamental: as eleições em Nevada, Iowa e Massachusetts foram ou apertadas ou extraordinariamente apertadas. Um pouco mais de tempo aqui, um pouco mais de organização ali, e poderiam facilmente ter virado para o lado dele. Em outras palavras, Sanders poderia com facilidade ter sete estados agora, contra os oito de Clinton. Ele não tem, e o "e se" se resume a uma suposição. Mas o que isso significa, olhando para a frente, é que temos a oportunidade de transformar uma potencialidade em realidade. Temos tempo, temos organização, temos dinheiro: vamos usar de tudo.
A arma mais forte de Clinton é a aura de inevitabilidade que ela e seus apoiadores e a mídia inventaram ao redor dela. Parte disso é baseada na realidade, parte é baseada em superdelegados (que me recuso a admitir), e parte é baseada na promoção de marketing político. Não dê espaço aos superdelegados, não dê espaço ao marketing político.
II
A pesquisa de boca de urna de Massachusetts, onde Clinton ganhou por pouco, é fascinante. Aqui estão alguns destaques:
Bernie Sanders ganhou em quatro estados: Oklahoma, Minnesota, Vermont e Colorado. Hillary Clinton venceu em sete estados: Alabama, Arkansas, Geórgia, Massachusetts, Tennessee, Texas e Virgínia. Isso significa que, no total, Sanders tem cinco estados (esses quatro além de New Hampshire) e Clinton tem dez (os sete mais Nevada, Iowa e Carolina do Sul).
Mas eis aqui o ponto fundamental: as eleições em Nevada, Iowa e Massachusetts foram ou apertadas ou extraordinariamente apertadas. Um pouco mais de tempo aqui, um pouco mais de organização ali, e poderiam facilmente ter virado para o lado dele. Em outras palavras, Sanders poderia com facilidade ter sete estados agora, contra os oito de Clinton. Ele não tem, e o "e se" se resume a uma suposição. Mas o que isso significa, olhando para a frente, é que temos a oportunidade de transformar uma potencialidade em realidade. Temos tempo, temos organização, temos dinheiro: vamos usar de tudo.
A arma mais forte de Clinton é a aura de inevitabilidade que ela e seus apoiadores e a mídia inventaram ao redor dela. Parte disso é baseada na realidade, parte é baseada em superdelegados (que me recuso a admitir), e parte é baseada na promoção de marketing político. Não dê espaço aos superdelegados, não dê espaço ao marketing político.
II
A pesquisa de boca de urna de Massachusetts, onde Clinton ganhou por pouco, é fascinante. Aqui estão alguns destaques:
- Sanders conseguiu 41% dos eleitores não-brancos (eles não distinguem a categoria além disso). Eu vou voltar para isso depois.
- Sanders ganhou de Clinton entre os eleitores que ganham menos de US$ 50 mil e eleitores entre US$ 50 mil e US$ 100 mil. O único grupo por renda em que ela ganhou foi de eleitores que ganham mais de US$ 100 mil.
- Entre os eleitores de primeira viagem, Sanders ganhou uma parcela enorme de 71% dos votos.
- Entre os independentes, Sanders tem 65% dos votos.
- Sanders ganhou entre eleitores muito liberais e eleitores moderados.
- Clinton foi melhor entre mulheres casadas do que entre mulheres solteiras.
Além disso, relacionado com a questão de gênero, Sanders quase empatou com Clinton em Oklahoma entre as mulheres eleitoras (48% para Clinton, 46% para Sanders).
III
Vi várias declarações de que Sanders está ganhando apenas por causa dos homens brancos, dentre todos os outros demográficos ele perde. Isso simplesmente não é verdade.
Em Vermont e em New Hampshire, ele ganhou de Clinton entre todas as mulheres eleitoras. Em Oklahoma, como já disse, ele quase empatou com ela entre as eleitoras. Em Nevada, ele quase empatou com Clinton entre os eleitores latinos (embora os especialistas ainda estejam debatendo esse ponto). Em Massachusetts, como já dito, ele tem 41% dos eleitores não-brancos.
Não temos nenhuma pesquisa de boca de urna do Colorado e de Minnesota (pelo menos não no site da CNN, que é o que estou usando), mas dado o tamanho de suas vitórias lá, eu ficaria surpreso se Sanders não tivesse ganhado ou empatado com Clinton entre os eleitores não-brancos e talvez até entre as mulheres.
IV
A questão da raça e da demografia na campanha é fascinante. Não há dúvida nenhuma de que Clinton lidera entre os eleitores afro-americanos. Ela ganhou essa parte do eleitorado em cada votação até agora.
Mas é aqui onde as coisas ficam interessantes. Na segunda metade do ano passado, quando foi levantada entre os apoiadores de Clinton e de Sanders a questão da disparidade de gênero, Matt Bruenig apontou de forma muito inteligente que a diferença nisso era tanto geracional quanto etária: mulheres mais jovens estavam apoiando Sanders, mulheres mais velhas apoiavam Clinton. Muitas pesquisas e resultados primários têm confirmado sua previsão.
Imagino se não estamos prestes a ver algo semelhante — talvez tão dramático quanto — com os eleitores não-brancos. O fator transversal aqui não é só idade — Bruenig também mostrou que eleitores jovens e negros tendem a ir em direção a Sanders (veja o gráfico ao fim deste post), e, até na Carolina do Sul, Sanders foi bem melhor entre os eleitores negros e jovens do que entre os negros mais velhos —, mas também a região.
Pense bem. Com exceção de Nevada, os Estados onde houve um forte apoio para Clinton entre os eleitores não-brancos foram todos no sul. E em Nevada, os eleitores latinos quase preferiram Sanders (embora, novamente, os resultados têm sido uma fonte de conflito).
Mas fora do sul e de Nevada, houve eleições primárias em três estados que são virtualmente brancos (Vermont, New Hampshire e Iowa) e três outros estados que, embora o branco seja maioria, possuem uma população mais diversa (Colorado, Minnesota e Massachusetts). Em Massachusetts, Sanders teve 41% do voto não-branco. Em comparação com todos os estados do sul, isso é deslumbrante.
Assim, a divisão racial é uma realidade e um problema para Sanders — não me entenda mal —, mas pode ser mais complicado do que as pessoas têm afirmado.
V
Fora do sul, Sanders venceu ou quase venceu em todos os Estados. De agora em diante, muitos Estados são um território muito mais amigável para ele. A menos que nossos cérebros estejam completamente atrapalhados pelo olhar da vida política através dos midiáticos Nate Silvers (comentarista que faz predições sobre as eleições, além de esportes) e Vox (empresa de mídias digitais) — onde cada pesquisa é uma predestinação, cada superdelegado um fato da natureza, onde todo mundo é um realista maluco, em vez de cidadãos ativistas — desistir a esta altura seria a definição plena da insanidade.
Esta é uma batalha difícil, sempre tem sido. E daí? Caminhamos. Vorwärts. Sempre.
IV
A questão da raça e da demografia na campanha é fascinante. Não há dúvida nenhuma de que Clinton lidera entre os eleitores afro-americanos. Ela ganhou essa parte do eleitorado em cada votação até agora.
Mas é aqui onde as coisas ficam interessantes. Na segunda metade do ano passado, quando foi levantada entre os apoiadores de Clinton e de Sanders a questão da disparidade de gênero, Matt Bruenig apontou de forma muito inteligente que a diferença nisso era tanto geracional quanto etária: mulheres mais jovens estavam apoiando Sanders, mulheres mais velhas apoiavam Clinton. Muitas pesquisas e resultados primários têm confirmado sua previsão.
Imagino se não estamos prestes a ver algo semelhante — talvez tão dramático quanto — com os eleitores não-brancos. O fator transversal aqui não é só idade — Bruenig também mostrou que eleitores jovens e negros tendem a ir em direção a Sanders (veja o gráfico ao fim deste post), e, até na Carolina do Sul, Sanders foi bem melhor entre os eleitores negros e jovens do que entre os negros mais velhos —, mas também a região.
Pense bem. Com exceção de Nevada, os Estados onde houve um forte apoio para Clinton entre os eleitores não-brancos foram todos no sul. E em Nevada, os eleitores latinos quase preferiram Sanders (embora, novamente, os resultados têm sido uma fonte de conflito).
Mas fora do sul e de Nevada, houve eleições primárias em três estados que são virtualmente brancos (Vermont, New Hampshire e Iowa) e três outros estados que, embora o branco seja maioria, possuem uma população mais diversa (Colorado, Minnesota e Massachusetts). Em Massachusetts, Sanders teve 41% do voto não-branco. Em comparação com todos os estados do sul, isso é deslumbrante.
Assim, a divisão racial é uma realidade e um problema para Sanders — não me entenda mal —, mas pode ser mais complicado do que as pessoas têm afirmado.
V
Fora do sul, Sanders venceu ou quase venceu em todos os Estados. De agora em diante, muitos Estados são um território muito mais amigável para ele. A menos que nossos cérebros estejam completamente atrapalhados pelo olhar da vida política através dos midiáticos Nate Silvers (comentarista que faz predições sobre as eleições, além de esportes) e Vox (empresa de mídias digitais) — onde cada pesquisa é uma predestinação, cada superdelegado um fato da natureza, onde todo mundo é um realista maluco, em vez de cidadãos ativistas — desistir a esta altura seria a definição plena da insanidade.
Esta é uma batalha difícil, sempre tem sido. E daí? Caminhamos. Vorwärts. Sempre.
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