David Renton
Jacobin
Tradução / Para aqueles que, até recentemente, simpatizavam com Antarsya, a outra coalizão da esquerda radical na Grécia, é saudável refletir sobre o quão bem Syiriza tem ido no último mês e como foi mal Antarsya, em comparação.
A justificativa da existência separada de Antarsya é algo como: Antarsya, diferente de Syriza é uma coalizão de partidos que acreditam que a Grécia só pode ser salva por uma transformação revolucionária do Estado. Syriza diferente de Antarsya, se equivoca neste tema, tanto no que se refere à Grécia permanecer na Europa quanto se deve concordar em pagar a dívida a seus credores internacionais.
Aqueles que votam por Antarsya, votam por uma alternativa revolucionária ao capitalismo e, ao fazê-lo, mantém viva a possibilidade de uma verdadeira política revolucionária. Syriza, ao contrário, é meramente reformista e, provavelmente sofra um desgaste como o Pasok e os outros partidos sociais-democratas.
O voto em Antarsya se reduziu a somente 0,6% na última eleição, dado que esta se converteu em um referendo sobre a possibilidade, ou não, de um governo de esquerda (coisa a qual os trabalhadores mais politizados aspiram), mas mediante sua posição, Antarsya permaneceu exercendo uma pressão de esquerda sobre Syriza.
Manter-se fora da Syryza tem todos os benefícios de ser associado a um movimento em alta (as vendas do jornal “Solidariedade dos Trabalhadores” de alguns membros de Antarsya, aparentemente, são maiores que nunca), mas nenhuma das desvantagens de ser associado com a derrota de Syriza, quando venha a decepção inevitavelmente.
Onde esta justificativa de Antarsya começa a falhar é com a afirmação de que a melhor alternativa a um programa de reformas é oferecer um programa rival de reformas mais profundas ainda. Neste marco, os revolucionários são diferentes dos reformistas, principalmente, porque pedem mais. Se Syriza ofereceu nacionalidade grega aos filhos de todos os imigrantes, Antarsya, como jogador de pôquer, sobe a aposta e oferece legalizar todos os imigrantes na Grécia. Quando Syriza declarou que vai parar todas as privatizações planejadas, Antarsya respondeu dizendo que reverterá cada uma das privatizações da história grega.
Mas usar as eleições para gerar consciência revolucionária não se trata de subir a aposta do rival. Implica em uma explicação de como um governo, nos marcos do capitalismo, tem um poder limitado e como essas limitações podem ser superadas: somente através do conflito direto direto com a classe capitalista internacional.
Neste ponto, Syriza aparece com uma política mais sofisticada que Antarsya, porque possui uma análise de seus próprios limites como governo reformista (os poderes europeus não permitiram mais que um pequeno abatimento de nossa dívida) e uma ideia de como ir mais além desse limite (sobre a base da agitação fora do parlamento, mantendo a pressão sobre o governo e com o apoio da esquerda de fora da Grécia).
Coerentemente com sua política estratégica para lidar com a questão Syriza, os mais articulados partidários de Antarsya estão tomando cada exemplo da “traição da Syriza”, e contrapondo a eles, as potenciais virtudes dos protestos. As condições que possibilitam um governo de esquerda são atribuídas unicamente à atuação dos movimentos sociais. A razão pela qual os gregos tem uma Syriza seria, então, o único fato de terem feito trinta e duas greves gerais, enquanto os britânicos carecem de uma alternativa de massas ao Partido Trabalhista, por que só contam com a batalha pelas pensões no setor público.
Mas, de onde se supõe que virá um movimento de massas capaz de levantar-se de um modo direto e contínuo, convertendo-se em poderosos o suficiente para derrotar o Estado? A deficiência de Syriza seria que, como outros governos reformistas, continuamente conspira para desmobilizar os movimentos de massas, dizendo aos trabalhadores que votem, quando deveriam estar protestando.
Entretanto, quando observamos a Grécia, podemos ver claramente (admitindo que se encontra em suas primeiras duas semanas e, até agora, durante o período de “lua-de-mel”) que Syriza não tem desmobilizado os movimento, pelo contrário, tem aberto novas possibilidades para que emerjam, removendo as barreiras de fora do parlamento, com as manifestações de apoio à demanda da renegociaão da dívida e a propaganda feita ao enviar ministros a toda a Europa.
E a versão parlamentar do representante sindical que sempre quisemos ter, o que verdadeiramente aproveita a luta com os chefes e não retrocede ante ao primeiro sinal de problemas. E o povo responde ao que luta, até agora o governo Syriza está aumentado a confiança dos movimentos sociais.
Sujeita à sua lei-de-ferro, a classe capitalista global não renuncia à hegemonia na presença de uma ameaça localizada e não fará isto. Portanto, as maiores batalhas se encontram pela frente. Os partidários internacionais de Antarsya se equivocam e os que apoiam Syriza estão corretos ao desfaiar a noção dos primeiros que predizem: Syriza responderá ao poder real moderando-se cada vez mais.
Uma última posição fundamental dos partidários de Antarsya é que a classe operária tem um conjunto infinito de oportunidades e que pode prescindir da presente. Não importará muito, já que em outro cenário futuro, outro partido invariavelmente surgirá da esquerda, encarnado em outras pessoas de diferentes tradições e, portanto, melhor preparado a levar adiante a previamente inexistente guerra contra o Estado.
Se Syriza fracassar, não se voltará a uma situação de normalidade política. A polícia e o Aurora Dourada estarão em festa e sua vingança sobre os movimentos não será mais tolerante que a contrarrevolução agora em marcha no Egito.
Este é um resultado que nenhum socialista deve supor como aceitável.
Sobre o autor
David Renton is the author of The New Authoritarians: Convergence on the Right.
Tradução / Para aqueles que, até recentemente, simpatizavam com Antarsya, a outra coalizão da esquerda radical na Grécia, é saudável refletir sobre o quão bem Syiriza tem ido no último mês e como foi mal Antarsya, em comparação.
A justificativa da existência separada de Antarsya é algo como: Antarsya, diferente de Syriza é uma coalizão de partidos que acreditam que a Grécia só pode ser salva por uma transformação revolucionária do Estado. Syriza diferente de Antarsya, se equivoca neste tema, tanto no que se refere à Grécia permanecer na Europa quanto se deve concordar em pagar a dívida a seus credores internacionais.
Aqueles que votam por Antarsya, votam por uma alternativa revolucionária ao capitalismo e, ao fazê-lo, mantém viva a possibilidade de uma verdadeira política revolucionária. Syriza, ao contrário, é meramente reformista e, provavelmente sofra um desgaste como o Pasok e os outros partidos sociais-democratas.
O voto em Antarsya se reduziu a somente 0,6% na última eleição, dado que esta se converteu em um referendo sobre a possibilidade, ou não, de um governo de esquerda (coisa a qual os trabalhadores mais politizados aspiram), mas mediante sua posição, Antarsya permaneceu exercendo uma pressão de esquerda sobre Syriza.
Manter-se fora da Syryza tem todos os benefícios de ser associado a um movimento em alta (as vendas do jornal “Solidariedade dos Trabalhadores” de alguns membros de Antarsya, aparentemente, são maiores que nunca), mas nenhuma das desvantagens de ser associado com a derrota de Syriza, quando venha a decepção inevitavelmente.
Onde esta justificativa de Antarsya começa a falhar é com a afirmação de que a melhor alternativa a um programa de reformas é oferecer um programa rival de reformas mais profundas ainda. Neste marco, os revolucionários são diferentes dos reformistas, principalmente, porque pedem mais. Se Syriza ofereceu nacionalidade grega aos filhos de todos os imigrantes, Antarsya, como jogador de pôquer, sobe a aposta e oferece legalizar todos os imigrantes na Grécia. Quando Syriza declarou que vai parar todas as privatizações planejadas, Antarsya respondeu dizendo que reverterá cada uma das privatizações da história grega.
Mas usar as eleições para gerar consciência revolucionária não se trata de subir a aposta do rival. Implica em uma explicação de como um governo, nos marcos do capitalismo, tem um poder limitado e como essas limitações podem ser superadas: somente através do conflito direto direto com a classe capitalista internacional.
Neste ponto, Syriza aparece com uma política mais sofisticada que Antarsya, porque possui uma análise de seus próprios limites como governo reformista (os poderes europeus não permitiram mais que um pequeno abatimento de nossa dívida) e uma ideia de como ir mais além desse limite (sobre a base da agitação fora do parlamento, mantendo a pressão sobre o governo e com o apoio da esquerda de fora da Grécia).
Coerentemente com sua política estratégica para lidar com a questão Syriza, os mais articulados partidários de Antarsya estão tomando cada exemplo da “traição da Syriza”, e contrapondo a eles, as potenciais virtudes dos protestos. As condições que possibilitam um governo de esquerda são atribuídas unicamente à atuação dos movimentos sociais. A razão pela qual os gregos tem uma Syriza seria, então, o único fato de terem feito trinta e duas greves gerais, enquanto os britânicos carecem de uma alternativa de massas ao Partido Trabalhista, por que só contam com a batalha pelas pensões no setor público.
Mas, de onde se supõe que virá um movimento de massas capaz de levantar-se de um modo direto e contínuo, convertendo-se em poderosos o suficiente para derrotar o Estado? A deficiência de Syriza seria que, como outros governos reformistas, continuamente conspira para desmobilizar os movimentos de massas, dizendo aos trabalhadores que votem, quando deveriam estar protestando.
Entretanto, quando observamos a Grécia, podemos ver claramente (admitindo que se encontra em suas primeiras duas semanas e, até agora, durante o período de “lua-de-mel”) que Syriza não tem desmobilizado os movimento, pelo contrário, tem aberto novas possibilidades para que emerjam, removendo as barreiras de fora do parlamento, com as manifestações de apoio à demanda da renegociaão da dívida e a propaganda feita ao enviar ministros a toda a Europa.
E a versão parlamentar do representante sindical que sempre quisemos ter, o que verdadeiramente aproveita a luta com os chefes e não retrocede ante ao primeiro sinal de problemas. E o povo responde ao que luta, até agora o governo Syriza está aumentado a confiança dos movimentos sociais.
Sujeita à sua lei-de-ferro, a classe capitalista global não renuncia à hegemonia na presença de uma ameaça localizada e não fará isto. Portanto, as maiores batalhas se encontram pela frente. Os partidários internacionais de Antarsya se equivocam e os que apoiam Syriza estão corretos ao desfaiar a noção dos primeiros que predizem: Syriza responderá ao poder real moderando-se cada vez mais.
Uma última posição fundamental dos partidários de Antarsya é que a classe operária tem um conjunto infinito de oportunidades e que pode prescindir da presente. Não importará muito, já que em outro cenário futuro, outro partido invariavelmente surgirá da esquerda, encarnado em outras pessoas de diferentes tradições e, portanto, melhor preparado a levar adiante a previamente inexistente guerra contra o Estado.
Se Syriza fracassar, não se voltará a uma situação de normalidade política. A polícia e o Aurora Dourada estarão em festa e sua vingança sobre os movimentos não será mais tolerante que a contrarrevolução agora em marcha no Egito.
Este é um resultado que nenhum socialista deve supor como aceitável.
Sobre o autor
David Renton is the author of The New Authoritarians: Convergence on the Right.
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