Novas pesquisas revelam níveis de desigualdade nunca vistos em um século - e, também, mostram onde essas novas superelites vivem.
Meagan Day
Miami Beach, FL. Jimmy Smith / Flickr. |
A desigualdade econômica norte-americana atingiu um pico histórico em 1928, quando 1% dos mais ricos do país capturou quase um quarto da renda total do país. Mas agora, em trinta áreas metropolitanas dos EUA e cinco Estados inteiros, o 1% quebrou o recorde anterior – e, em alguns casos, dobrou.
Os economistas Estelle Sommeiller e Mark Price lançaram um artigo na semana passada através do Economic Policy Institute intitulado “The new gilded age: Income inequality in the U.S. by state, metropolitan area, and county”. Sua pesquisa conclui que, em média, a renda de 1% dos norte-americanos é 26 vezes maior que a média dos 99% inferiores.
Quando consideramos que os 99% inferiores incluem algumas pessoas que fazem um imenso montante de dinheiro – Sommeiller e Price descobrem que um salário anual de US$700.000 em Connecticut coloca você nos 99%, por exemplo – uma imagem emerge de uma categoria separatista da super elite, cujas fortunas pessoais superam as dos milionários médios.
As áreas metropolitanas com os maiores índices estão dizendo isso. Uma delas é a região de Bridgeport-Stamford-Norwalk em Connecticut, também conhecida como Fairfield County, a qual, como o coautor do estudo Mark Price contou à Jacobin, é “o lar de muitos fundos de pensão, então este é um efeito de Wall Street de Nova York”. Price também apontou várias áreas metropolitanas nas praias da Flórida e três em Wyoming, Utah e Colorado, todas próximas a resorts de esqui de alto padrão.
“Estes são os lugares onde objetivamente gostaria de viver se você não tivesse outra preocupação no mundo e você não precisasse estar perto de mercados financeiros”, disse Price. São enclaves para bilionários tão ricos que não precisam morar perto de centros econômicos poderosos, como Wall Street, Vale do Silício ou Hollywood. Esta é a classe dominante ociosa e ausente, tomando banho de sol e mergulhando nas encostas enquanto seus investimentos trabalham para eles.
Sommeiller e Price procuraram nos dados econômicos entre 1917 até 2015, e descobriram que ”crescimento foi amplamente compartilhado de 1945 a 1973 e altamente desigual de 1973 a 2007″. Após a grande Recessão, que causou um pequeno soluço nos rumos, o padrão de crescente desigualdade foi retomado com força ainda maior. Sommeiller e Price descobriram que até então, durante a recuperação devido a Grande Recessão, o 1% mais rico dos norte-americanos capturou quase 42% de todo o crescimento da renda.
Os economistas Estelle Sommeiller e Mark Price lançaram um artigo na semana passada através do Economic Policy Institute intitulado “The new gilded age: Income inequality in the U.S. by state, metropolitan area, and county”. Sua pesquisa conclui que, em média, a renda de 1% dos norte-americanos é 26 vezes maior que a média dos 99% inferiores.
Quando consideramos que os 99% inferiores incluem algumas pessoas que fazem um imenso montante de dinheiro – Sommeiller e Price descobrem que um salário anual de US$700.000 em Connecticut coloca você nos 99%, por exemplo – uma imagem emerge de uma categoria separatista da super elite, cujas fortunas pessoais superam as dos milionários médios.
As áreas metropolitanas com os maiores índices estão dizendo isso. Uma delas é a região de Bridgeport-Stamford-Norwalk em Connecticut, também conhecida como Fairfield County, a qual, como o coautor do estudo Mark Price contou à Jacobin, é “o lar de muitos fundos de pensão, então este é um efeito de Wall Street de Nova York”. Price também apontou várias áreas metropolitanas nas praias da Flórida e três em Wyoming, Utah e Colorado, todas próximas a resorts de esqui de alto padrão.
“Estes são os lugares onde objetivamente gostaria de viver se você não tivesse outra preocupação no mundo e você não precisasse estar perto de mercados financeiros”, disse Price. São enclaves para bilionários tão ricos que não precisam morar perto de centros econômicos poderosos, como Wall Street, Vale do Silício ou Hollywood. Esta é a classe dominante ociosa e ausente, tomando banho de sol e mergulhando nas encostas enquanto seus investimentos trabalham para eles.
Sommeiller e Price procuraram nos dados econômicos entre 1917 até 2015, e descobriram que ”crescimento foi amplamente compartilhado de 1945 a 1973 e altamente desigual de 1973 a 2007″. Após a grande Recessão, que causou um pequeno soluço nos rumos, o padrão de crescente desigualdade foi retomado com força ainda maior. Sommeiller e Price descobriram que até então, durante a recuperação devido a Grande Recessão, o 1% mais rico dos norte-americanos capturou quase 42% de todo o crescimento da renda.
Vale a pena examinar as características que definem cada era distinta da distribuição de crescimento. No início do século vinte, os EUA eram dominados por magnatas industriais mega ricos, enquanto os trabalhadores tinham escassa proteção trabalhista, alto desemprego e programas sociais insignificantes. Dos anos 1940 até os anos 1970, as coisas pareciam bem diferentes. Pesquisadores chamaram isso de a Grande Compressão, durante o qual os rendimentos dos estratos superior e inferior da sociedade foram espremidos pela metade.
“As altas taxas marginais de impostos cobradas para financiar a Segunda Guerra Mundial foram mantidas mesmo após o término da guerra, o que comprimiu a renda no topo”, afirmou Price. Ao mesmo tempo, você tinha “uma expansão da densidade sindical, que teve o papel de garantir que, à medida que a economia crescesse, a receita que os empregadores obtivessem não se transformasse em lucro – ela também fosse entregue aos trabalhadores na forma do aumento dos salários”.
Nos anos 1970, uma série de crises apresentou uma oportunidade para os conservadores pró-capitalistas para se reafirmar na esfera política. Ao longo das duas décadas seguintes, com o consentimento dos maiores partidos políticos ao mesmo tempo, os capitalistas conquistaram reformas neoliberais favoráveis a desregulamentar negócios, redução dos impostos no topo da elite, enquanto enfraquecia os sindicatos e impunha austeridade econômica nos orçamentos estatais, e então – quando serviços sociais ficaram inevitavelmente precários – privatizaram as funções públicas para criar um novas oportunidades de mercado para corporações.
Atualmente vemos os frutos dessa reversão extrema da orientação política. A proporção da renda de 1% em relação à de todos os outros está aumentando em todos os Estados dos EUA. “As escolhas políticas e as forças culturais se combinaram para rebaixar os salários e rendas da maioria do povo, mesmo com o aumento de sua produtividade”, escrevem Sommeiller e Price, acrescentando que o salário de um CEO era 20 vezes maior do que o salário médio dos trabalhadores em 1965 e se tornou 271 vezes maior em 2016.
“Reinventar os EUA como uma terra de oportunidades generalizadas requer uma política econômica que visa garantir que todas as crianças tenham acesso a comida, abrigo, assistência médica e educação adequadas”, exortam os autores do relatório, “independente se essa criança é filha de um zelador ou filho de um magnata imobiliário”. Ecoando a retórica política de Jeremy Corbyn no Reino Unido e Bernie Sanders nos EUA, eles concluem com um apelo para que “a economia sirva a vida de muitos, não os interesses estreitos de poucos”.
“As altas taxas marginais de impostos cobradas para financiar a Segunda Guerra Mundial foram mantidas mesmo após o término da guerra, o que comprimiu a renda no topo”, afirmou Price. Ao mesmo tempo, você tinha “uma expansão da densidade sindical, que teve o papel de garantir que, à medida que a economia crescesse, a receita que os empregadores obtivessem não se transformasse em lucro – ela também fosse entregue aos trabalhadores na forma do aumento dos salários”.
Nos anos 1970, uma série de crises apresentou uma oportunidade para os conservadores pró-capitalistas para se reafirmar na esfera política. Ao longo das duas décadas seguintes, com o consentimento dos maiores partidos políticos ao mesmo tempo, os capitalistas conquistaram reformas neoliberais favoráveis a desregulamentar negócios, redução dos impostos no topo da elite, enquanto enfraquecia os sindicatos e impunha austeridade econômica nos orçamentos estatais, e então – quando serviços sociais ficaram inevitavelmente precários – privatizaram as funções públicas para criar um novas oportunidades de mercado para corporações.
Atualmente vemos os frutos dessa reversão extrema da orientação política. A proporção da renda de 1% em relação à de todos os outros está aumentando em todos os Estados dos EUA. “As escolhas políticas e as forças culturais se combinaram para rebaixar os salários e rendas da maioria do povo, mesmo com o aumento de sua produtividade”, escrevem Sommeiller e Price, acrescentando que o salário de um CEO era 20 vezes maior do que o salário médio dos trabalhadores em 1965 e se tornou 271 vezes maior em 2016.
“Reinventar os EUA como uma terra de oportunidades generalizadas requer uma política econômica que visa garantir que todas as crianças tenham acesso a comida, abrigo, assistência médica e educação adequadas”, exortam os autores do relatório, “independente se essa criança é filha de um zelador ou filho de um magnata imobiliário”. Ecoando a retórica política de Jeremy Corbyn no Reino Unido e Bernie Sanders nos EUA, eles concluem com um apelo para que “a economia sirva a vida de muitos, não os interesses estreitos de poucos”.
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