João Pedro Pitombo
Folha de S.Paulo
Partidos que polarizaram a eleição presidencial e donos das maiores bancadas na Câmara dos Deputados, PT e PL filiaram novos pré-candidatos para as eleições de outubro e podem se enfrentar em até 12 capitais.
O novo cenário se consolidou com o fim do prazo para a filiação, que encerra neste sábado (6) para os políticos que vão enfrentar as urnas em outubro. Ao menos 20 pré-candidatos a prefeito nas 26 capitais trocaram de partido no último mês, no período da janela partidária.
O panorama atual é de embates em Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Manaus, Goiânia, Cuiabá, Campo Grande, João Pessoa, Maceió, Aracaju, Florianópolis e Vitória. Mas a tendência é de negociações que podem resultar em desistências até o período das convenções, entre julho e agosto.
Jair Bolsonaro participa de filiação ao PL de Tião Bocalom, prefeito de Rio Branco; Lula cumprimenta Marcelo Ramos, pré-candidato a prefeito de Manaus pelo PT - @bocalom.oficial no Instagram; @marceloramos.am no Instagram |
O partido de Jair Bolsonaro mostrou apetite na janela partidária e com as novas adesões agora tem pré-candidaturas em 19 das 26 capitais. Destes, 4 se filiaram ao partido no último mês para concorrer em Florianópolis (SC), Rio Branco (AC), Campo Grande (MS) e Aracaju (SE).
Os nomes chegaram ao PL com o aval do ex-presidente, que nas últimas semanas fez um périplo pelo país e abonou as fichas de filiação dos novos correligionários.
Um deles é o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, que trocou o PP pelo PL na última semana em meio a desavenças com o governador Gladson Cameli (PP). A tendência é de racha entre os aliados de Bolsonaro, já que o PP deve concorrer à prefeitura com o secretário estadual Alysson Bestene.
Florianópolis, Campo Grande e Porto Velho também caminham para ter mais de uma candidatura no campo bolsonarista, mas nestes casos há margem para diálogo entre as forças políticas locais.
Na capital de Santa Catarina, o PL apresentou o nome do ex-deputado Bruno Souza, que estava filiado ao Novo. A filiação esfriou as negociações com o prefeito Topázio Neto (PSD), que vai concorrer a um novo mandato e tenta atrair o PL para sua coligação.
O cenário é parecido em Campo Grande, onde o ex-presidente escolheu o ex-deputado Rafael Tavares como candidato, colocando o PL em campo oposto ao da prefeita Adriana Lopes (PP). Ela é apoiada pela senadora Tereza Cristina (PP), que foi ministra da Agricultura na gestão passada.
A definição pela candidatura própria acirrou o cenário político local, que caminha para uma pulverização com candidaturas próprias de PT, PSDB, MDB e União Brasil, todos com nomes considerados competitivos.
O PL também passa a ter uma candidatura robusta em Aracaju com a filiação da vereadora Emília Corrêa, um dos nomes mais combativos da oposição ao prefeito Edvaldo Nogueira (PDT).
Ainda há uma negociação em curso em Porto Velho (RO), onde o deputado federal Fernando Máximo quer trocar a União Brasil pelo PL, implodindo a possibilidade de uma grande aliança da direita em torno da ex-deputada Mariana Carvalho (Republicanos).
Na capital de Santa Catarina, o PL apresentou o nome do ex-deputado Bruno Souza, que estava filiado ao Novo. A filiação esfriou as negociações com o prefeito Topázio Neto (PSD), que vai concorrer a um novo mandato e tenta atrair o PL para sua coligação.
O cenário é parecido em Campo Grande, onde o ex-presidente escolheu o ex-deputado Rafael Tavares como candidato, colocando o PL em campo oposto ao da prefeita Adriana Lopes (PP). Ela é apoiada pela senadora Tereza Cristina (PP), que foi ministra da Agricultura na gestão passada.
A definição pela candidatura própria acirrou o cenário político local, que caminha para uma pulverização com candidaturas próprias de PT, PSDB, MDB e União Brasil, todos com nomes considerados competitivos.
O PL também passa a ter uma candidatura robusta em Aracaju com a filiação da vereadora Emília Corrêa, um dos nomes mais combativos da oposição ao prefeito Edvaldo Nogueira (PDT).
Ainda há uma negociação em curso em Porto Velho (RO), onde o deputado federal Fernando Máximo quer trocar a União Brasil pelo PL, implodindo a possibilidade de uma grande aliança da direita em torno da ex-deputada Mariana Carvalho (Republicanos).
Sem o mesmo apetite que o seu principal adversário nacional, o PT adotou uma estratégia distinta e foi cirúrgico ao atrair nomes que eram de outros partidos para disputar as capitais.
Na janela partidária, o único novo quadro que desembarcou no partido foi o ex-deputado federal Marcelo Ramos, que trocou o PSD pelo PT para concorrer à Prefeitura de Manaus.
A ida de Ramos para o PT foi articulada pelo próprio presidente Lula, que buscava um palanque forte na capital amazonense para enfrentar o prefeito David Almeida (Avante) e representantes do bolsonarismo como Capitão Alberto Neto (PL) e Coronel Menezes (PP).
"Isso muda completamente meu planejamento de vida, já que eu vivia meu momento de maior paz pessoal e prosperidade profissional. Mas é um pedido do presidente, vamos à luta", afirmou Ramos, que ainda vai precisar unificar o partido em Manaus em torno de seu nome.
Ele foi vice-presidente da Câmara entre 2021 e março de 2022 e se destacou pelo perfil crítico a Bolsonaro. Era filiado ao PL, mas deixou o partido dias depois da chegada do então presidente à legenda, em novembro de 2021.
Na janela partidária, o único novo quadro que desembarcou no partido foi o ex-deputado federal Marcelo Ramos, que trocou o PSD pelo PT para concorrer à Prefeitura de Manaus.
A ida de Ramos para o PT foi articulada pelo próprio presidente Lula, que buscava um palanque forte na capital amazonense para enfrentar o prefeito David Almeida (Avante) e representantes do bolsonarismo como Capitão Alberto Neto (PL) e Coronel Menezes (PP).
"Isso muda completamente meu planejamento de vida, já que eu vivia meu momento de maior paz pessoal e prosperidade profissional. Mas é um pedido do presidente, vamos à luta", afirmou Ramos, que ainda vai precisar unificar o partido em Manaus em torno de seu nome.
Ele foi vice-presidente da Câmara entre 2021 e março de 2022 e se destacou pelo perfil crítico a Bolsonaro. Era filiado ao PL, mas deixou o partido dias depois da chegada do então presidente à legenda, em novembro de 2021.
Em dezembro passado, o PT filiou o deputado estadual Evandro Leitão, de olho na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.
Leitão era filiado ao PDT e um dos nomes mais próximos ao senador Cid Gomes, que também deixou o partido e migrou para o PSB. O movimento teve o aval do ex-governador petista e atual ministro Camilo Santana (Educação).
Para consolidar sua candidatura, contudo, Leitão precisa enfrentar uma disputa interna acirrada que inclui outros quatro pré-candidatos à prefeitura. Destes, desponta como sua principal oponente a deputada federal Luizianne Lins, que foi prefeita de 2005 a 2012.
O PT, que não elegeu nenhum prefeito de capital em 2020, tem pré-candidatos em 16 das 26 capitais. Dentre as maiores cidades, o partido vai abdicar da candidatura própria em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, mas as negociações com aliados seguem até as convenções.
Dentre os demais partidos, o MDB foi um dos que mais ganhou musculatura nas últimas semanas, com a chegada de quatro novos pré-candidatos a prefeito: Gabriel Azevedo (Belo Horizonte), Igor Normando (Belém), Euma Tourinho (Porto Velho) e Dr. Furlan, que é o atual prefeito de Macapá (AP).
Em agosto passado, o partido já havia filiado o ex-prefeito de Rio Branco Marcos Alexandre, que se elegeu em 2016 pelo PT. Ele vai disputar um novo mandato com o apoio dos petistas e articula o apoio de setores da direita. Ao todo, o MDB tem pré-candidatos em 13 capitais.
Outro aliado de Lula que disputa a prevalência dentre as legendas de centro, o PSD foi mais tímido e tem como principal novidade o ex-deputado Daniel Coelho, que deve se opor ao prefeito João Campos (PSB) no Recife com o apoio da governadora Raquel Lyra (PSDB).
Dentre os atuais gestores, também mudou de partido o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa. Isolado politicamente, ele deixou o Republicanos e se filiou ao PRD, nova legenda que surgiu a partir da fusão do PTB com o Patriota.
Leitão era filiado ao PDT e um dos nomes mais próximos ao senador Cid Gomes, que também deixou o partido e migrou para o PSB. O movimento teve o aval do ex-governador petista e atual ministro Camilo Santana (Educação).
Para consolidar sua candidatura, contudo, Leitão precisa enfrentar uma disputa interna acirrada que inclui outros quatro pré-candidatos à prefeitura. Destes, desponta como sua principal oponente a deputada federal Luizianne Lins, que foi prefeita de 2005 a 2012.
O PT, que não elegeu nenhum prefeito de capital em 2020, tem pré-candidatos em 16 das 26 capitais. Dentre as maiores cidades, o partido vai abdicar da candidatura própria em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, mas as negociações com aliados seguem até as convenções.
Dentre os demais partidos, o MDB foi um dos que mais ganhou musculatura nas últimas semanas, com a chegada de quatro novos pré-candidatos a prefeito: Gabriel Azevedo (Belo Horizonte), Igor Normando (Belém), Euma Tourinho (Porto Velho) e Dr. Furlan, que é o atual prefeito de Macapá (AP).
Em agosto passado, o partido já havia filiado o ex-prefeito de Rio Branco Marcos Alexandre, que se elegeu em 2016 pelo PT. Ele vai disputar um novo mandato com o apoio dos petistas e articula o apoio de setores da direita. Ao todo, o MDB tem pré-candidatos em 13 capitais.
Outro aliado de Lula que disputa a prevalência dentre as legendas de centro, o PSD foi mais tímido e tem como principal novidade o ex-deputado Daniel Coelho, que deve se opor ao prefeito João Campos (PSB) no Recife com o apoio da governadora Raquel Lyra (PSDB).
Dentre os atuais gestores, também mudou de partido o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa. Isolado politicamente, ele deixou o Republicanos e se filiou ao PRD, nova legenda que surgiu a partir da fusão do PTB com o Patriota.
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