A pandemia do coronavírus revelou um fato muito simples: são os trabalhadores de baixa remuneração que fazem nossa sociedade funcionar cotidianamente — e não banqueiros, grandes proprietários de terras ou CEO's.
Mindy Isser
Jacobin
Mindy Isser
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Tradução / Trabalhadores de baixa remuneração estão na linha de frente na batalha contra o coronavírus. Embora muitos trabalhadores tenham começado a fazer “teletrabalho” – e muitos outros infelizmente foram demitidos – trabalhadores com baixos salários estão ocupados limpando nossas ruas, certificando-se de que temos o suficiente para comer e, é claro, nos trazendo a saúde de volta se contrairmos o coronavírus. Apesar de serem os pilares de uma sociedade funcional, esses trabalhadores são frequentemente tratados como dispensáveis ou descartáveis por conta da “falta de qualificação”. Mas, nas últimas semanas, vimos o quão insubstituíveis eles são.
Os governos estaduais têm lançado ordens cada vez mais rigorosas para impor o distanciamento social e fechar todos os negócios, exceto aqueles considerados “essenciais” ou “que sustentam a vida”. Embora estas listas variem de estado para estado, cada uma inclui mercearias, lavanderias, restaurantes (servindo comida para viagem e entrega), fábricas que produzem alimentos e outros produtos, postos de gasolina, farmácias e hospitais.
E o que todas estas empresas têm em comum? Elas dependem do trabalho de empregados de baixos salários que, em muitos casos, trabalham sem benefícios, sindicatos e proteções no local de serviço. Os funcionários públicos ainda estão de plantão, também, limpando nossas ruas, entregando nossas cartas, e garantindo o nosso acesso a serviços públicos e sociais. Embora muitos funcionários do governo tenham sindicatos, eles geralmente recebem a mesma falta de respeito que seus colegas de baixos salários do setor privado.
Entretanto, imagine uma pandemia global que não haja trabalhadores dos correios ou motoristas de entregas recebendo nossas correspondências e pacotes; sem caixas e estoquistas mantendo os supermercados funcionando e cheios de alimentos; sem cuidadores e empregados domésticos fornecendo apoio médico e emocional que salva vidas de algumas das pessoas em maior risco da sociedade; sem trabalhadores de serviços públicos garantindo o fornecimento de água, eletricidade e gás; sem trabalhadores de lavanderia que nos permitam limpar nossas roupas, toalhas e lençóis; sem garis coletando nosso lixo e retardando a propagação de germes.
Embora muitos indivíduos tenham expressado apreço por esses trabalhadores da linha de frente – deixando o higienizador para mãos do lado de fora para o uso dos carteiros; pedindo aumento nos salários dos professores depois de terem que ensinar as matérias da escola em casa para seus filhos por alguns dias – nossa sociedade há muito os desvaloriza, tanto monetariamente quanto de outras formas. Isto está começando a mudar, graças à crise e à organização dos trabalhadores que aumentou a pressão sobre os patrões.
Em Minnesota, Michigan e Vermont classificaram os funcionários dos supermercados como trabalhadores de emergência, tornando-os elegíveis para cuidados infantis e outros serviços. Os trabalhadores da Stop & Shop (rede norte-americana de supermercados) receberam um aumento salarial de 10% e duas semanas adicionais de licença médica remunerada. Os funcionários da Safeway, Target e Whole Foods ganharam um aumento de 2 dólares por hora. E os trabalhadores sindicalizados em Kroger, no estado de Washington, receberam gratificação no salário por conta do risco em face da pandemia, uma demanda conquistada por muitos trabalhadores de redes varejistas e outros empregados da linha de frente em todo o país. Essas vitórias, embora pequenas, nos aproximaram de uma sociedade onde trabalhadores de baixa renda finalmente recebem a remuneração e o respeito que merecem.
Mas o que dizer sobre o nosso país (EUA) quando os empregos mais essenciais para sustentar a vida em seu nível básico também são alguns dos mais mal pagos e menos valorizados? Trabalhadores de supermercados e socorristas estão se expondo a uma enorme crise de saúde, a fim de manter o resto de nós funcionando o mais normalmente possível. Muitos deles trabalham por um salário mínimo ou algo equivalente – e sem benefícios de saúde – o que significa que eles podem contrair o novo coronavírus e ficarem endividados para pagarem o tratamento ou sem qualquer assistência médica. Enquanto isso, com muitos distritos escolares fechados indefinidamente, os pais de crianças estão perdendo o trabalho essencial e desafiador feito todos os dias por babás, trabalhadores de creches e educadores de todos os tipos.
Esses trabalhadores têm direito a salários mais altos, benefícios integrais, garantias de saúde e segurança, além de sindicatos fortes – tal como qualquer outro trabalhador.
Felizmente, esta crise não somente elevará o status dos empregados com baixos salários, como também desencadeará uma nova onda de organização para melhorar os padrões e construir mais poder ao trabalhador nestas indústrias “essenciais”. O motivo: é porquê são os trabalhadores de baixa remuneração – e não os banqueiros, grandes proprietários de terras ou CEO’s – que fazem nossa sociedade funcionar.
Os governos estaduais têm lançado ordens cada vez mais rigorosas para impor o distanciamento social e fechar todos os negócios, exceto aqueles considerados “essenciais” ou “que sustentam a vida”. Embora estas listas variem de estado para estado, cada uma inclui mercearias, lavanderias, restaurantes (servindo comida para viagem e entrega), fábricas que produzem alimentos e outros produtos, postos de gasolina, farmácias e hospitais.
E o que todas estas empresas têm em comum? Elas dependem do trabalho de empregados de baixos salários que, em muitos casos, trabalham sem benefícios, sindicatos e proteções no local de serviço. Os funcionários públicos ainda estão de plantão, também, limpando nossas ruas, entregando nossas cartas, e garantindo o nosso acesso a serviços públicos e sociais. Embora muitos funcionários do governo tenham sindicatos, eles geralmente recebem a mesma falta de respeito que seus colegas de baixos salários do setor privado.
Entretanto, imagine uma pandemia global que não haja trabalhadores dos correios ou motoristas de entregas recebendo nossas correspondências e pacotes; sem caixas e estoquistas mantendo os supermercados funcionando e cheios de alimentos; sem cuidadores e empregados domésticos fornecendo apoio médico e emocional que salva vidas de algumas das pessoas em maior risco da sociedade; sem trabalhadores de serviços públicos garantindo o fornecimento de água, eletricidade e gás; sem trabalhadores de lavanderia que nos permitam limpar nossas roupas, toalhas e lençóis; sem garis coletando nosso lixo e retardando a propagação de germes.
Embora muitos indivíduos tenham expressado apreço por esses trabalhadores da linha de frente – deixando o higienizador para mãos do lado de fora para o uso dos carteiros; pedindo aumento nos salários dos professores depois de terem que ensinar as matérias da escola em casa para seus filhos por alguns dias – nossa sociedade há muito os desvaloriza, tanto monetariamente quanto de outras formas. Isto está começando a mudar, graças à crise e à organização dos trabalhadores que aumentou a pressão sobre os patrões.
Em Minnesota, Michigan e Vermont classificaram os funcionários dos supermercados como trabalhadores de emergência, tornando-os elegíveis para cuidados infantis e outros serviços. Os trabalhadores da Stop & Shop (rede norte-americana de supermercados) receberam um aumento salarial de 10% e duas semanas adicionais de licença médica remunerada. Os funcionários da Safeway, Target e Whole Foods ganharam um aumento de 2 dólares por hora. E os trabalhadores sindicalizados em Kroger, no estado de Washington, receberam gratificação no salário por conta do risco em face da pandemia, uma demanda conquistada por muitos trabalhadores de redes varejistas e outros empregados da linha de frente em todo o país. Essas vitórias, embora pequenas, nos aproximaram de uma sociedade onde trabalhadores de baixa renda finalmente recebem a remuneração e o respeito que merecem.
Mas o que dizer sobre o nosso país (EUA) quando os empregos mais essenciais para sustentar a vida em seu nível básico também são alguns dos mais mal pagos e menos valorizados? Trabalhadores de supermercados e socorristas estão se expondo a uma enorme crise de saúde, a fim de manter o resto de nós funcionando o mais normalmente possível. Muitos deles trabalham por um salário mínimo ou algo equivalente – e sem benefícios de saúde – o que significa que eles podem contrair o novo coronavírus e ficarem endividados para pagarem o tratamento ou sem qualquer assistência médica. Enquanto isso, com muitos distritos escolares fechados indefinidamente, os pais de crianças estão perdendo o trabalho essencial e desafiador feito todos os dias por babás, trabalhadores de creches e educadores de todos os tipos.
Esses trabalhadores têm direito a salários mais altos, benefícios integrais, garantias de saúde e segurança, além de sindicatos fortes – tal como qualquer outro trabalhador.
Felizmente, esta crise não somente elevará o status dos empregados com baixos salários, como também desencadeará uma nova onda de organização para melhorar os padrões e construir mais poder ao trabalhador nestas indústrias “essenciais”. O motivo: é porquê são os trabalhadores de baixa remuneração – e não os banqueiros, grandes proprietários de terras ou CEO’s – que fazem nossa sociedade funcionar.
Sobre a autora
Mindy Isser trabalha no movimento trabalhista e vive na Filadélfia.
Mindy Isser trabalha no movimento trabalhista e vive na Filadélfia.
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