Steve Ellner
Monthly Review
October 2024 (Volume 76, Number 5) |
A segunda onda de governos progressistas latino-americanos que começou com a eleição de Andrés Manuel López Obrador no México em 2018 não tem a aura de excitação que cerca a primeira, que remonta a Hugo Chávez em 1998. Não é apenas caracterizada pelo pragmatismo, mas carece dos slogans e bandeiras de mudança radical associados a Chávez e Evo Morales. Conforme declarado pelo ex-vice-presidente boliviano Álvaro García Linera diante dos desafios de uma direita agressiva, a esquerda da segunda onda "chegou à luta em um estado já exausto".1
Não é de se admirar que as críticas formuladas pelos detratores esquerdistas desses governos progressistas, conhecidos como a Maré Rosa, tenham se tornado cada vez mais severas. Nos últimos anos, esses críticos analisaram os governos da Maré Rosa através das lentes do conceito de "revolução passiva" de Antonio Gramsci, assim como analistas esquerdistas de outros governos que começaram como progressistas e depois se moveram em uma direção direitista, como o da África do Sul pós-apartheid e aqueles associados ao socialismo africano e ao pan-arabismo. Em linhas gerais, as revoluções passivas ocorrem em situações revolucionárias, muitas vezes no contexto de desenvolvimento desigual, em que um estado forte concede concessões aos setores populares, mas acaba domesticando-os e descarrilando o processo revolucionário enquanto, em graus variados, modifica as relações capitalistas.
Este artigo será lançado na íntegra online em 21 de outubro de 2023. Assinantes atuais: faça login para visualizar este artigo.
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