Oleg Karpovitch e Mikhail Troianski
Vice-reitores da Academia Diplomática do Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Folha de S.Paulo
A maioria dos especialistas ocidentais chegou à conclusão de que a Washington oficial de hoje já mostra menos interesse em preservar a imagem dos EUA como um "pacificador global", inventada uma vez e propagada ativamente por décadas pela diplomacia americana.
A recusa de Washington em desempenhar o papel de pacificador não é acidental, pois para resolver uma cadeia de problemas modernos, a ênfase é colocada principalmente na força militar. O Ocidente está promovendo ativamente o conceito de "ordem baseada em regras", o que na prática significa que recebeu o direito de não ser guiado pela Carta da ONU e por todas as normas geralmente aceitas do direito internacional, mas por certas "regras" inventadas pelo próprio Ocidente. Como mostra a prática atual, é conveniente e prático.
O presidente dos EUA, Joe Biden caminha ao lado de seu homólogo brasileiro, Lula, na Casa Branca - Alex Brandon - 10.fev.23/Reuters |
Os líderes dos EUA veem as relações internacionais como um confronto global entre "democracia e autocracia" e intervêm nos conflitos internos de vários Estados para realizar os objetivos de sua visão de ordem mundial. A diplomacia de Washington há muito esqueceu a necessidade de alcançar a paz por meio de negociações e compromissos. Sua lógica é baseada em cenários bastante duvidosos de heróis de sucesso de bilheteria de Hollywood salvando sozinhos o mundo inteiro.
As pessoas nas margens do Potomac tendem a ver o mundo hoje como uma rivalidade internacional entre vários grupos de Estados, com países individuais divididos no princípio de "amigo ou inimigo". Os Estados Unidos impõem serviços de mediação a seus vassalos para proteger e expressar seus interesses em qualquer conflito diplomático ("a diplomacia americana está acima de tudo").
No decurso da crise ucraniana, os Estados Unidos conseguiram convencer os países do Ocidente coletivo que os seguem a fornecer armas ao regime de Kiev sem controle para prolongar indefinidamente as hostilidades. Ao mesmo tempo há um fracasso total em trazer para o seu lado o Sul Global, cujos Estados há muito manifestam seu claro interesse em um fim rápido do confronto militar.
Está se tornando cada vez mais óbvio para os países da maior parte do mundo que o futuro do desenvolvimento global não deve ser associado aos EUA e seus asseclas. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, além de seu país, não vê os EUA, mas a Índia e a China como possíveis mediadores. Acreditamos que ele tenha motivos sérios e dúvidas bastante justificadas sobre a capacidade de Washington de acabar com a crise na Ucrânia.
Os americanos continuam sua política voltada para manter a unipolaridade e o domínio no mundo, mas ao mesmo tempo não é costume falar sobre a quantidade de erros graves cometidos durante o período da responsabilidade monopolista de Washington pela ordem mundial global. A América do Norte continua cativada por sua convicção enganosa e arrogante de exclusividade e hegemonia total.
De acordo com o novo Conceito de Política Externa, a Rússia segue um curso político independente e multivetorial ditado por seus interesses nacionais e pela consciência de sua responsabilidade especial de manter a paz e a segurança mundial e regional. Há um estreitamento das relações com China, Brasil, Índia, Irã e outros atores influentes no cenário mundial. O status político e a autoridade econômica do Brics, da Organização de Cooperação de Xangai e da União Econômica Eurasiática estão aumentando.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em um de seus discursos, enfatizou que "no plano de nossas ações de longo prazo, é importante levar em consideração a plenitude dos fatores e tendências no desenvolvimento das relações internacionais, trabalhar para fortalecer a soberania da Rússia, aumentar o papel de nosso país na solução dos problemas mundiais que tratam da formação de uma ordem mundial mais justa e multipolar". É o que apontam as ações da diplomacia nacional.
As pessoas nas margens do Potomac tendem a ver o mundo hoje como uma rivalidade internacional entre vários grupos de Estados, com países individuais divididos no princípio de "amigo ou inimigo". Os Estados Unidos impõem serviços de mediação a seus vassalos para proteger e expressar seus interesses em qualquer conflito diplomático ("a diplomacia americana está acima de tudo").
No decurso da crise ucraniana, os Estados Unidos conseguiram convencer os países do Ocidente coletivo que os seguem a fornecer armas ao regime de Kiev sem controle para prolongar indefinidamente as hostilidades. Ao mesmo tempo há um fracasso total em trazer para o seu lado o Sul Global, cujos Estados há muito manifestam seu claro interesse em um fim rápido do confronto militar.
Está se tornando cada vez mais óbvio para os países da maior parte do mundo que o futuro do desenvolvimento global não deve ser associado aos EUA e seus asseclas. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, além de seu país, não vê os EUA, mas a Índia e a China como possíveis mediadores. Acreditamos que ele tenha motivos sérios e dúvidas bastante justificadas sobre a capacidade de Washington de acabar com a crise na Ucrânia.
Os americanos continuam sua política voltada para manter a unipolaridade e o domínio no mundo, mas ao mesmo tempo não é costume falar sobre a quantidade de erros graves cometidos durante o período da responsabilidade monopolista de Washington pela ordem mundial global. A América do Norte continua cativada por sua convicção enganosa e arrogante de exclusividade e hegemonia total.
De acordo com o novo Conceito de Política Externa, a Rússia segue um curso político independente e multivetorial ditado por seus interesses nacionais e pela consciência de sua responsabilidade especial de manter a paz e a segurança mundial e regional. Há um estreitamento das relações com China, Brasil, Índia, Irã e outros atores influentes no cenário mundial. O status político e a autoridade econômica do Brics, da Organização de Cooperação de Xangai e da União Econômica Eurasiática estão aumentando.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em um de seus discursos, enfatizou que "no plano de nossas ações de longo prazo, é importante levar em consideração a plenitude dos fatores e tendências no desenvolvimento das relações internacionais, trabalhar para fortalecer a soberania da Rússia, aumentar o papel de nosso país na solução dos problemas mundiais que tratam da formação de uma ordem mundial mais justa e multipolar". É o que apontam as ações da diplomacia nacional.
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