18 de janeiro de 2023

O enigma peruano

A crise política no Peru é tão profunda que imaginar uma saída dentro do sistema é tão utópico quanto imaginar fora dele. Com a direita completamente descontrolada e a esquerda política desorientada, a unidade popular torna-se mais urgente do que nunca.

Uma entrevista com
Héctor Béjar


Héctor Béjar, fundador do ELN na década de 1970, foi chanceler de curta duração do governo de Pedro Castillo no Peru. (Foto via Contraeditorial)

Entrevista de 
Pablo Toro e Jorge Ayala

Tradução / A crise no Peru está longe de ter terminado. Em 4 de janeiro, grandes manifestações foram realizadas contra o governo de Dina Boluarte, exigindo que as eleições fossem convocadas novamente. A fim de compreender melhor as causas e possíveis resoluções da situação convulsiva peruana, falamos com Héctor Béjar, um conhecido intelectual, professor e ativista peruano. A entrevista para Jacobin América Latina foi conduzida por Pablo Toro e Jorge Ayala no início de janeiro, portanto não reflete os acontecimentos dos últimos dias.

Pablo Toro e Jorge Ayala

Qual é a situação política no Peru desde o golpe de Estado parlamentar contra Pedro Castillo e o surgimento deste novo governo de facto, que tem sido chamado de ditadura civil-militar?

Héctor Béjar

No Peru, cada situação é diferente, dependendo da região. Em Lima, que tem 10 milhões de habitantes e é a cidade onde vive um terço da população do país, há uma calma tensa no centro da cidade, que é onde normalmente acontecem os protestos, com a ocupação policial das praças da capital. Em outro nível, o povo como um todo, entendido como a média dos limeños e limeñas, está vivendo uma atmosfera de Natal e Ano Novo, embora com menos movimento em comparação a outros anos devido a uma variedade de causas desconhecidas, incluindo, por exemplo, a inflação.

No norte do Peru, a situação é bastante desigual. Em Cajamarca, o epicentro das “rondas campesinas” – uma organização muito importante aqui – prevalece uma situação geralmente calma. Na região andina sul, que é a mais radical, há muita dor e raiva. As cidades de Andahuaylas e Abancay estão sendo praticamente ocupadas pelo exército e pelas forças armadas. Em algumas províncias, como Puno, a greve ainda está em andamento e ainda não terminou, pois as estradas ainda estão bloqueadas.

Nesta base, pode-se dizer que uma parte do Peru participou do protesto enquanto outra parte não participou. Devemos ser objetivos quanto a isso. A parte que protestou, que é muito ativa embora não seja a maioria, é muito importante porque é a parte socialmente organizada. Ela inclui todo o sul e um terço do norte e Lima. Também é de se esperar que, entre 4 e 10 de janeiro, os protestos sejam retomados, quebrando o estado de emergência.

Isto significa que são de se esperar novos e muito pesados confrontos. Já há muitos feridos e fala-se de um número de mortos maior do que o que o governo reconhece oficialmente (entre 25 e 30). A Reuters divulgou recentemente um vídeo de uma pessoa sendo baleada enquanto ajudava uma pessoa ferida, o que é uma prova de que as forças armadas e a polícia atiraram diretamente nos corpos das pessoas, algo que o governo nega até hoje.

Entre o regime Castillo anterior e aquele que começou com a Sra. Boluarte (e que, foi anunciado, planeja ficar até 2024) havia uma grande ligação. Isto é complexo, já que o atual Congresso é muito pouco apreciado por todas as pessoas; independentemente de suas cores políticas, suas crenças políticas ou religiosas, a grande maioria odeia o Congresso e o sistema político. Na minha opinião, eles estão absolutamente iludidos se pensam que o Peru vai aguentar mais um ano (2023 e parte de 2024).

Há muita indignação – e não apenas da parte que protesta – porque os congressistas atuais estão aproveitando parte do poder total que têm no momento para modificar a Constituição a seu favor. Eles já aprovaram que haverá duas câmaras legislativas: deputados e senadores, enquanto em nosso país sempre houve apenas uma câmara, que é o congresso e que faz parte de uma assembleia legislativa. Eles asseguram que os senadores da câmara legislativa serão os congressistas atuais, o que significa que não haverá nenhum candidato que não seja um congressista atual para o próximo senado, proibindo também o referendo. Este tipo de medidas absurdas explica o ressentimento do povo e o aumento da raiva popular.

Pablo Toro e Jorge Ayala

Qual é a sua avaliação do governo de Pedro Castillo e como você acha que esta situação se deu?

Héctor Béjar

Esta é uma pergunta que para mim ainda não tem resposta. Para mim, Castillo é um mistério. Todos sabem – e não vou repetir a história de que ele é um homem do povo – que ele é um professor rural, mas ele poderia ter feito muito mais do que ele fez. E é verdade que ele foi praticamente imobilizado como resultado da ação de parte do Congresso e da ultra-direita peruana (uma direita incrivelmente reacionária e cavernosa), que o assediou desde antes de assumir a presidência e, é claro, durante todo o ano e meio em que ele esteve à frente do governo.

Mas apesar de tudo isso, ele poderia ter promovido uma série de transformações desde o Executivo, aquelas para as quais o povo havia votado, como por exemplo, apoiar firmemente a educação. Por exemplo, Castillo tinha um excelente ministro da saúde, o médico Hernando Cevallos. Inexplicavelmente, como seu melhor ministro, ele foi destituído do cargo e substituído por outra pessoa.

Ele também esteve envolvido em uma série de eventos estranhos, que até agora não foram esclarecidos, e que ele também não esclareceu. Ele se manteve em silêncio até o último momento, que é a coisa mais misteriosa de todas. Quando ele leu aquela mensagem caricatural na qual declarou que o Congresso se dissolveu e ordenou que os chefes das forças armadas dissolvessem o Parlamento, ele o fez sem qualquer preparação, sem sequer ter falado com eles. O mistério que envolve sua administração, que foi exacerbado pelo próprio silêncio de Castillo, também tem a ver com as pessoas ao seu redor, e não necessariamente com seu povo.

O palácio do governo está cheio de câmeras de gravação, já que cada sede presidencial tem um sistema de segurança, e qualquer pessoa com qualquer julgamento elementar não pode aceitar que lhe digam que não sabem o que aconteceu naquela hora do meio-dia de 5 de dezembro. Por que Castillo o esconde? Por que a direita o esconde? Por que os chefes militares e civis do sistema de segurança do Palácio o escondem? Por que os promotores não perguntam sobre isso e por que fingem não saber disso? Até hoje, permanece um mistério.

Pablo Toro e Jorge Ayala

Como você avalia as ações das grandes potências que são, como os grupos empresariais e as forças armadas?

Héctor Béjar

Bem, eles nunca o aceitaram [Castillo], nem o aceitarão, porque são racistas, como sabemos. Sempre o disse: o Peru é governado por uma casta racista desde o início da República, por alguns sobrenomes antigos que aparecem no ato da independência e que ainda continuam a governar diretamente. Esta casta, que era hispanista, fascista e agora é pró-Estados Unidos, não pode aceitar um homem como Castillo. Isso vai além do que eu disse sobre Castillo; não sou nenhum entusiasta dele, mas também acredito que as pessoas que conseguiram removê-lo são piores do que ele, mil vezes piores.

Esse é o infortúnio do Peru. Estamos em um processo muito complexo: o país foi destruído pelos neoliberais nos anos 1990, eles o deixaram sem uma única empresa, sem um único navio e sem um único avião. E isto foi visto, por exemplo, durante a pandemia, quando ficou mais evidente do que nunca que não tínhamos um único avião de transporte capaz de chegar à Europa para trazer vacinas. Os aviões da força aérea têm um alcance limitado, eles têm que fazer escalas, e acontece que o estado peruano não tem um único navio ou uma única peça de maquinaria pesada.

Por um lado, há uma enorme destruição material, porque nos dez anos de Fujimori os bens do estado peruano foram leiloados a um preço vil. Mas isso não é o mais importante, você pode restaurá-lo e comprá-lo de volta. O mais grave é que o Peru foi moralmente agravado: todo o sistema que foi implementado pela força, desde a forma como o Estado contrata até a forma como os parlamentares e funcionários públicos são eleitos, é corrupto; isto resultou em um sistema estruturalmente corrupto. E não é apenas uma questão – como diz a imprensa – de que assim e assim, um ministro ou um funcionário público seja corrupto. Certamente são, mas o problema se resolve encontrando os corruptos, separando-os e colocando-os na prisão. O problema é que no Peru é o sistema que é corrupto. E para mudar o sistema, como já sabemos, é preciso fazer mudanças profundas, que serão opostas pelas mesmas pessoas que vivem desse sistema corrupto.

Isto tem consequências. O Peru é um país sem direitos, onde é normal trabalhar 12 ou 14 horas por dia, onde não há seguridade social, não há aposentadoria, e assim por diante. Em troca disso, você faz o que quiser: pode criar uma empresa, pode se envolver em contrabando, você se torna o que os liberais chamam de autônomo ou microempresário, e então você quebra todas as leis. Lima e todas as grandes cidades estão em caos, porque não há leis; temos 30.000 leis, estamos prestes a chegar a 40.000, mas muito poucas são cumpridas e as pessoas não estão acostumadas a cumpri-las.

Por que eles estão protestando agora? Porque agora a imprensa de direita, que também é concentrada e ultrarreaccionária, diz que há vandalismo no Peru. Mas, por favor, sempre houve vandalismo! O vandalismo começou com os bancos, com os grandes bancos. Quando as pessoas tomam conta de aeroportos, vão para pistas, queimam promotorias públicas, tribunais, delegacias de polícia e “não respeitam nada”… De que estamos reclamando quando “nada é respeitado”? Que leis você quer ver aplicadas se não forem cumpridas no Peru? Os protestos são pacíficos, começam sempre pacíficos; é a forma como são reprimidos pela polícia e agora também pelo exército que provoca a violência.

E a mídia agrava a questão usando uma linguagem violenta. Recentemente, por exemplo, em um canal muito popular, eles convocaram o advogado de Castillo, mas a entrevista terminou em gritos, com o entrevistador pedindo aos guardas da emissora de TV que retirassem à força o entrevistado do canal e tudo mais… Esse é o estilo que a grande mídia do país está usando atualmente. É assim que somos, e é esse o tipo de jornalismo que temos. Então, que tipo de país você quer? Do que você está reclamando?

Pablo Toro e Jorge Ayala

Você estava falando antes sobre como o movimento popular tomou as ruas, e aqui queremos lhe perguntar qual o papel que as pessoas e o movimento popular estão desempenhando. Quais são as principais demandas dos setores mobilizados?

Héctor Béjar

O interessante é que esse movimento popular que você mencionou não é mais um “movimento popular”, é muito mais do que isso no momento. O que quero dizer com isso? Na época em que estive envolvido, você saiu às ruas, protestou, a polícia o perseguiu, jogaram gás lacrimogêneo em você e você foi para a prisão. Você pode ser um estudante, um trabalhador, uma trabalhadora, uma mulher ou um adolescente. Agora já não é mais assim. Agora no Peru existem redes sociais muito populares que têm poder econômico… por exemplo, na Bolívia você tem os produtores de coca; aqui você tem os mineiros informais e os pequenos, médios e grandes comerciantes populares, desde o homem ou mulher que lhe vende algumas garrafas em uma rua de Lima até aqueles que transportam muita mercadoria da China. Esta é uma “burguesia popular” peruana que está em ascensão, e as fronteiras entre estas pessoas e os pobres que não têm nada não existem.

Não é mais como na época de Karl Marx quando se podia ver a diferença entre aqueles que tinham os meios de produção e aqueles que não os tinham. Aqui, a presença da família peruana, que é muito extensa, torna estas fronteiras muito tênues: aqueles caminhoneiros que têm muito dinheiro, ou suas mulheres aymaras que guardam maços de dólares sob suas saias, têm seus sobrinhos, seus compadres e uma extensa rede familiar. Quando essas pessoas se revoltam, não é mais como no meu tempo, quando os camponeses se revoltavam e nós – inclusive eu – participávamos da guerrilha; esses camponeses tinham suas terras, eram comunas, pessoas que pertenciam exclusivamente à terra. Essas pessoas agora não são assim: são pessoas de comércio, pessoas que aprenderam sobre o capitalismo não nos livros, mas na prática, porque muitos deles são analfabetos. As senhoras do mercado de rua Tacna, por exemplo, não sabem ler nem escrever, mas sabem usar uma calculadora perfeitamente: sabem quantos dólares equivalem a tantos soles, e estas pessoas vão até Iquique ou até a praça da catedral em Santiago.

A direita cavernosa que temos, que não estudou sociologia, pensa que está lidando com os camponeses do passado, que acredita poder matar ou atirar. Mas agora é diferente, porque as pessoas estão enfrentando-as e esta história ainda não acabou. Mesmo que tivessem sucesso em seu objetivo e estabelecessem uma espécie de pax peruana… quanto tempo duraria? Não mais do que alguns meses. O país não pode ficar assim para sempre, em estado de emergência como nós estamos agora. Agora mesmo um policial pode arrombar minha porta enquanto eu estou falando e tirar este microfone de mim: não tenho o direito de fazer isso. Mas isto não pode continuar para sempre, porque o Peru não é um país isolado, está globalmente conectado. Vídeos do que aconteceu aqui circularam ao redor do mundo em questão de minutos. Mas parece que os governantes atuais pensam que somos como éramos 50 anos atrás.

Pablo Toro e Jorge Ayala

E quanto à esquerda?

Héctor Béjar

Eu diria que há várias esquerdas no Peru. Em linhas gerais, em traços largos, poderíamos distinguir entre uma esquerda política e uma esquerda social. Há uma esquerda social que se move em uma miríade de organizações: mulheres, jovens (nas universidades públicas, nos bairros), há milhares e milhares deles. Isto é o que poderíamos chamar uma esquerda social, que não é uma esquerda com consciência política, mas com consciência social, que é muito clara sobre a diferença entre o povo e a casta. Outra é a esquerda política, que também reúne várias organizações, e também várias gerações de esquerda: do velho partido comunista, que ainda existe, o velho partido maoísta, que ainda existe, o que foi chamado de “nova esquerda” (que não é mais nova, porque já existe há muitos anos, surgiu após a queda do muro e o desaparecimento da União Soviética) e todas as modalidades que você pode imaginar. Esta esquerda política entrou no sistema político e teve uma participação intensa, a tal ponto que decidiu muitos governos, porque aqui o voto da esquerda define as eleições.

Por exemplo, nos anos 1990, o voto da esquerda foi decisivo para a vitória de Fujimori, e a esquerda participou de seus primeiros gabinetes; a queda de Fujimori é inexplicável sem a participação da esquerda; Toledo é inexplicável sem o apoio da esquerda… Talvez só Alan García fosse explicável sem a esquerda, porque até Kuczynski chegou ao poder com o apoio da esquerda. O que acontece é que este “sucesso” da esquerda é um sucesso perverso, pois traz consigo uma perda de prestígio aos olhos das redes e organizações sociais e populares, que em maior ou menor grau identificam esta esquerda política com o sistema como um todo. E a situação hoje é ainda mais complexa para este tipo de esquerda, pois perdeu quase todos os seus registros legais, restando apenas dois: Peru Libre e Juntos por el Perú.

Agora, dentro desta esquerda política, para complicar as coisas, poderíamos diferenciar entre uma esquerda capitalista de classe mais ou menos média e a esquerda provincial mais popular (a esquerda provincial foi a que trouxe Castillo para o governo). A esquerda capitalista tende a discriminar a esquerda provincial, enquanto a esquerda provincial abomina a esquerda capitalista. É aqui que entram em jogo questões culturais e até raciais, que não são relevantes no momento, mas que são importantes.

Pablo Toro e Jorge Ayala

Existe uma saída para esta situação? Tem-se falado de uma Assembleia Constituinte, você acha que ela é viável?

Héctor Béjar

O grande objetivo deste movimento popular (e vamos incluir aqui também aquela burguesia popular de que estávamos falando) é o seguinte: cessação imediata do parlamento, eleições agora, não em 2024, e uma assembleia constituinte. Como você pode ver, este é um imenso salto qualitativo, porque pessoas muito populares estão apresentando uma plataforma política pela primeira vez. Eles não estão mais aumentando os salários, por exemplo. Eles estão apresentando uma agenda claramente política, e isso me parece ser historicamente importante.

Agora isso é impossível, por quê? Primeiro, porque mesmo que fossem realizadas eleições imediatas, mesmo que fossem realizadas em 2023 ou 2024, mesmo que uma assembleia constituinte fosse eleita, o poder econômico, o poder da mídia, o poder judicial, o poder do Congresso e o poder armado que a direita tem é imbatível. É como se você colocasse dois boxeadores: um com as mãos atadas – o povo – e o outro livre para se mover: isto é o que seria uma eleição em 2023 ou 2024. Em outras palavras, mesmo que o grande programa desta esquerda popular fosse aceito, a convocação para eleições ou a assembleia constituinte não seria uma solução. Mas poderia até mesmo reafirmar e consolidar o domínio imperial (porque é imperial, está ligado aos EUA) e da direita cavernosa. Honestamente, neste momento não consigo encontrar uma saída realista.

Eu digo aos camaradas: não falem de uma assembleia constituinte, falem de um processo constituinte. A Constituição tem que ser discutida agora, no calor dos protestos, não espere que 100 pessoas supostamente “sábias” dêem ao Peru uma nova Constituição digna desse nome… elas não o farão, e o risco é que teremos um governo pior do que o atual.

Para mim, a única saída possível – o que não é legalmente possível no momento – é que o parlamento renuncie por sua própria vontade, dado o repúdio que o povo tem por eles. Que a Sra. Boluarte renuncie, que exista uma espécie de governo provisório no Peru que de alguma forma reflete uma certa honestidade… temos algumas pessoas honestas, da esquerda e até da direita… Poderíamos organizar eleições com tempo e calma, nas quais as mãos da mídia estariam atadas, a mídia estaria aberta ao povo, o investimento em candidatos seria proibido e punido, e que haveria eleições verdadeiramente democráticas, o que é uma utopia.

A única coisa que pode nos tirar desta situação é a utopia, em outras palavras, o que isto significa? Que este sistema chegou ao fim, ele está morto. Agora, se eles querem manter o cadáver, se querem um cadáver armado até os dentes, uma espécie de Frankenstein com uma metralhadora… esse seria o novo sistema que a direita quer para o Peru. Bem, que o façam, mas vamos ter uma guerra civil, porque o povo não vai aceitá-la. Esta é a situação e, na situação atual, é difícil imaginar uma saída possível. Os de cima não podem governar e os de baixo não vão tolerar o governo.

Colaborador

Professor peruano, intelectual e militante, fundador do Exército de Libertação Nacional (ELN) na década de 1970.

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