Tradução / Vestido com uniforme militar verde e um boné azul, o Coronel Major Amadou Abdramane, porta-voz da junta governante do Níger, foi à televisão local no mês passado para criticar os Estados Unidos e romper a parceria militar de longa data entre os dois países. “O governo do Níger, levando em consideração as aspirações e interesses de seu povo, revoga, com efeito imediato, o status do acordo com o pessoal militar dos Estados Unidos e funcionários civis do Departamento de Defesa”, disse ele, insistindo que o pacto de segurança de doze anos violava a constituição do Níger.
Outro porta-voz nigeriano, Insa Garba Saidou, expressou de forma mais direta: “As bases americanas e o pessoal civil não podem mais permanecer em solo nigeriano”.
Outro porta-voz nigeriano, Insa Garba Saidou, expressou de forma mais direta: “As bases americanas e o pessoal civil não podem mais permanecer em solo nigeriano”.
Os anúncios ocorreram enquanto o “terrorismo” no Sahel da África Ocidental aumentou e após a visita de uma delegação americana de alto nível ao Níger, incluindo a Secretária Assistente de Estado para Assuntos Africanos, Molly Phee, e o General Michael Langley, chefe do Comando África dos EUA, ou AFRICOM. O repúdio do Níger ao seu aliado, esse teria sido apenas o mais recente golpe nos cambaleantes esforços da ação de Washington na região. Nos últimos anos, parcerias militares de longa data dos EUA com Burkina Faso e Mali também foram reduzidas após golpes liderados por oficiais treinados pelos EUA. O Níger era, na verdade, o último grande bastião de influência militar americana no Sahel.
Tais contratempos são apenas os mais recentes em uma série de impasses, fiascos ou derrotas flagrantes que passaram a caracterizar a “guerra ao terror” global dos Estados Unidos. Durante mais de vinte anos de intervenções armadas, as missões militares dos EUA foram repetidamente frustradas em toda a África, Oriente Médio e Sul da Ásia, incluindo um impasse cambaleante na Somália, com uma intervenção que se transformou em motor de contragolpe na Líbia, e implosões no Afeganistão e no Iraque.
Esse redemoinho de derrota e recuo dos EUA deixou pelo menos 4,5 milhões de mortos, incluindo cerca de 940.000 por violência direta, mais de 432.000 deles civis, de acordo com o Projeto Custos da Guerra da Brown University. Em torno de sessenta milhões de pessoas também foram deslocadas devido à violência alimentada pelas “guerras eternas contra o terror” dos Estados Unidos.
O presidente Joe Biden afirmou que acabou com essas guerras, mas que os Estados Unidos continuarão a combatê-las, no futuro previsível — possivelmente para sempre — “para proteger o povo e os interesses dos Estados Unidos”. O preço tem sido devastador, especialmente no Sahel, mas Washington em grande parte tem ignorado os custos suportados pelas pessoas mais afetadas por seus falhos esforços de “contraterrorismo".
Tais contratempos são apenas os mais recentes em uma série de impasses, fiascos ou derrotas flagrantes que passaram a caracterizar a “guerra ao terror” global dos Estados Unidos. Durante mais de vinte anos de intervenções armadas, as missões militares dos EUA foram repetidamente frustradas em toda a África, Oriente Médio e Sul da Ásia, incluindo um impasse cambaleante na Somália, com uma intervenção que se transformou em motor de contragolpe na Líbia, e implosões no Afeganistão e no Iraque.
Esse redemoinho de derrota e recuo dos EUA deixou pelo menos 4,5 milhões de mortos, incluindo cerca de 940.000 por violência direta, mais de 432.000 deles civis, de acordo com o Projeto Custos da Guerra da Brown University. Em torno de sessenta milhões de pessoas também foram deslocadas devido à violência alimentada pelas “guerras eternas contra o terror” dos Estados Unidos.
O presidente Joe Biden afirmou que acabou com essas guerras, mas que os Estados Unidos continuarão a combatê-las, no futuro previsível — possivelmente para sempre — “para proteger o povo e os interesses dos Estados Unidos”. O preço tem sido devastador, especialmente no Sahel, mas Washington em grande parte tem ignorado os custos suportados pelas pessoas mais afetadas por seus falhos esforços de “contraterrorismo".
"A Redução do Terrorismo" Leva a um Aumento de 50.000% em... Terrorismo
Aproximadamente mil militares e contratados civis dos EUA estão destacados no Níger, a maioria deles perto da cidade de Agadez, na Base Aérea 201, na borda sul do deserto do Saara. Conhecida pelos locais como “Base Americana“, ela tem sido a pedra angular de um arquipélago de bases militares dos EUA na região e, é fundamental para a projeção de poder militar e esforços de vigilância dos Estados Unidos na África do Norte e do Oeste. Desde a década de 2010, os Estados Unidos investiram cerca de um quarto de bilhão de dólares, apenas nessa base.
Washington tem se concentrado no Níger e em seus vizinhos desde os primeiros dias da guerra global contra o terrorismo, despejando ajuda militar nos países da África Ocidental por meio de dezenas de esforços de “cooperação em segurança”. Entre eles, a Trans-Sahara Counterterrorism Partnership (Parceria Trans-Saariana de Contraterrorismo), um programa projetado para “combater e prevenir o extremismo violento” na região. O treinamento e a assistência aos exércitos locais oferecidos por meio dessa parceria, já custaram aos Estados Unidos mais de US$1 bilhão.
Logo antes de sua recente visita ao Níger, o General Langley, do AFRICOM, compareceu perante o Comitê de Serviços Armados do Senado para repreender os parceiros de longa data dos Estados Unidos, na África Ocidental. “Durante os últimos três anos, as forças de defesa nacionais voltaram suas armas contra seus próprios governos eleitos em Burkina Faso, Guiné, Mali e Níger”, disse ele, “essas juntas evitam prestar contas ao povo a quem dizem servir.”
No entanto, Langley não mencionou que pelo menos quinze oficiais que se beneficiaram da cooperação de segurança americana, estiveram envolvidos em doze golpes no Oeste da África e no Sahel durante a guerra global contra o “terrorismo”. Eles incluem exatamente as nações que ele mencionou: Burkina Faso (2014, 2015 e duas vezes em 2022); Guiné (2021); Mali (2012, 2020 e 2021); e Níger (2023). Na verdade, pelo menos cinco líderes de um golpe de julho no Níger receberam assistência dos EUA, de acordo com um funcionário americano. Quando derrubaram o presidente democraticamente eleito do país, por sua vez, nomearam cinco membros das forças de segurança nigerianas treinados pelos EUA, para servir como governadores.
Langley lamentou ainda que, embora os líderes dos golpes prometam invariavelmente derrotar as ameaças terroristas, eles falham em fazê-lo e depois “recorrem a parceiros que não têm restrições para lidar com governos golpistas… especialmente a Rússia.” Mas ele também deixou de expor a responsabilidade direta dos Estados Unidos pelo colapso da segurança no Sahel, apesar de mais de uma década de esforços dispendiosos para remediar a situação.
“Viemos, vimos, ele morreu”, “brincou” a então secretária de Estado Hillary Clinton depois que uma campanha aérea liderada pela OTAN que ajudou a derrubar o coronel Muammar Gaddafi, o ditador líbio de longa data, em 2011. O presidente Barack Obama elogiou a intervenção como um sucesso, mesmo quando a Líbia começou a entrar em um estado quase falido. Obama mais tarde admitiria que “não planejar para o dia seguinte” à derrota de Gaddafi foi o “pior erro” de seu mandato.
Enquanto o líder líbio caía, lutadores tuaregues, a seu serviço, saquearam os depósitos de armas de seu governo, voltaram para sua terra natal, Mali, e começaram a tomar conta da parte norte daquela nação. A raiva nas forças armadas do Mali pela resposta ineficaz do governo, resultou em um golpe militar em 2012 liderado por Amadou Sanogo, um oficial que aprendeu inglês no Texas e passou por treinamento básico de oficial de infantaria na Geórgia, instrução de inteligência militar no Arizona e mentora dos fuzileiros navais na Virgínia.
Depois de derrubar o governo democrático do Mali, Sanogo se mostrou incapaz de combater os militantes locais que também se beneficiaram das armas que saíram da Líbia. Com o Mali em convulsão, aqueles lutadores tuaregues declararam seu próprio estado independente, apenas para serem afastados por militantes islâmicos fortemente armados que instituíram uma versão severa da lei da sharia, causando uma crise humanitária. Uma missão conjunta francesa, americana e africana impediu o colapso total do Mali, mas empurrou os islâmicos para as fronteiras de Burkina Faso e do Níger.
Desde então, as nações do Sahel têm sido assoladas por grupos terroristas que evoluíram, se fragmentaram e se constituíram. Sob as bandeiras negras do militante jihadista, homens em motocicletas armados com rifles Kalashnikov, frequentemente invadem aldeias para impor o zakat (um imposto islâmico) e aterrorizar e matar civis. Ataques implacáveis desses grupos armados não só desestabilizaram Burkina Faso, Mali e Níger, provocando golpes e instabilidade política, mas também se espalharam para o sul, atingindo países ao longo do Golfo da Guiné. A violência, por exemplo, aumentou em Togo (633 por cento) e Benin (718 por cento), de acordo com estatísticas do Pentágono.
Os funcionários americanos frequentemente fecham os olhos para a carnificina. Quando perguntado sobre a deterioração da situação no Níger, por exemplo, o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, insistiu recentemente que as parcerias de segurança na África Ocidental “são mutuamente benéficas e destinam-se a alcançar o que acreditamos ser objetivos compartilhados de detectar, dissuadir e reduzir a violência terrorista.” Seu pronunciamento é, ou uma mentira descarada, ou um completo devaneio.
Aproximadamente mil militares e contratados civis dos EUA estão destacados no Níger, a maioria deles perto da cidade de Agadez, na Base Aérea 201, na borda sul do deserto do Saara. Conhecida pelos locais como “Base Americana“, ela tem sido a pedra angular de um arquipélago de bases militares dos EUA na região e, é fundamental para a projeção de poder militar e esforços de vigilância dos Estados Unidos na África do Norte e do Oeste. Desde a década de 2010, os Estados Unidos investiram cerca de um quarto de bilhão de dólares, apenas nessa base.
Washington tem se concentrado no Níger e em seus vizinhos desde os primeiros dias da guerra global contra o terrorismo, despejando ajuda militar nos países da África Ocidental por meio de dezenas de esforços de “cooperação em segurança”. Entre eles, a Trans-Sahara Counterterrorism Partnership (Parceria Trans-Saariana de Contraterrorismo), um programa projetado para “combater e prevenir o extremismo violento” na região. O treinamento e a assistência aos exércitos locais oferecidos por meio dessa parceria, já custaram aos Estados Unidos mais de US$1 bilhão.
Logo antes de sua recente visita ao Níger, o General Langley, do AFRICOM, compareceu perante o Comitê de Serviços Armados do Senado para repreender os parceiros de longa data dos Estados Unidos, na África Ocidental. “Durante os últimos três anos, as forças de defesa nacionais voltaram suas armas contra seus próprios governos eleitos em Burkina Faso, Guiné, Mali e Níger”, disse ele, “essas juntas evitam prestar contas ao povo a quem dizem servir.”
No entanto, Langley não mencionou que pelo menos quinze oficiais que se beneficiaram da cooperação de segurança americana, estiveram envolvidos em doze golpes no Oeste da África e no Sahel durante a guerra global contra o “terrorismo”. Eles incluem exatamente as nações que ele mencionou: Burkina Faso (2014, 2015 e duas vezes em 2022); Guiné (2021); Mali (2012, 2020 e 2021); e Níger (2023). Na verdade, pelo menos cinco líderes de um golpe de julho no Níger receberam assistência dos EUA, de acordo com um funcionário americano. Quando derrubaram o presidente democraticamente eleito do país, por sua vez, nomearam cinco membros das forças de segurança nigerianas treinados pelos EUA, para servir como governadores.
Langley lamentou ainda que, embora os líderes dos golpes prometam invariavelmente derrotar as ameaças terroristas, eles falham em fazê-lo e depois “recorrem a parceiros que não têm restrições para lidar com governos golpistas… especialmente a Rússia.” Mas ele também deixou de expor a responsabilidade direta dos Estados Unidos pelo colapso da segurança no Sahel, apesar de mais de uma década de esforços dispendiosos para remediar a situação.
“Viemos, vimos, ele morreu”, “brincou” a então secretária de Estado Hillary Clinton depois que uma campanha aérea liderada pela OTAN que ajudou a derrubar o coronel Muammar Gaddafi, o ditador líbio de longa data, em 2011. O presidente Barack Obama elogiou a intervenção como um sucesso, mesmo quando a Líbia começou a entrar em um estado quase falido. Obama mais tarde admitiria que “não planejar para o dia seguinte” à derrota de Gaddafi foi o “pior erro” de seu mandato.
Enquanto o líder líbio caía, lutadores tuaregues, a seu serviço, saquearam os depósitos de armas de seu governo, voltaram para sua terra natal, Mali, e começaram a tomar conta da parte norte daquela nação. A raiva nas forças armadas do Mali pela resposta ineficaz do governo, resultou em um golpe militar em 2012 liderado por Amadou Sanogo, um oficial que aprendeu inglês no Texas e passou por treinamento básico de oficial de infantaria na Geórgia, instrução de inteligência militar no Arizona e mentora dos fuzileiros navais na Virgínia.
Depois de derrubar o governo democrático do Mali, Sanogo se mostrou incapaz de combater os militantes locais que também se beneficiaram das armas que saíram da Líbia. Com o Mali em convulsão, aqueles lutadores tuaregues declararam seu próprio estado independente, apenas para serem afastados por militantes islâmicos fortemente armados que instituíram uma versão severa da lei da sharia, causando uma crise humanitária. Uma missão conjunta francesa, americana e africana impediu o colapso total do Mali, mas empurrou os islâmicos para as fronteiras de Burkina Faso e do Níger.
Desde então, as nações do Sahel têm sido assoladas por grupos terroristas que evoluíram, se fragmentaram e se constituíram. Sob as bandeiras negras do militante jihadista, homens em motocicletas armados com rifles Kalashnikov, frequentemente invadem aldeias para impor o zakat (um imposto islâmico) e aterrorizar e matar civis. Ataques implacáveis desses grupos armados não só desestabilizaram Burkina Faso, Mali e Níger, provocando golpes e instabilidade política, mas também se espalharam para o sul, atingindo países ao longo do Golfo da Guiné. A violência, por exemplo, aumentou em Togo (633 por cento) e Benin (718 por cento), de acordo com estatísticas do Pentágono.
Os funcionários americanos frequentemente fecham os olhos para a carnificina. Quando perguntado sobre a deterioração da situação no Níger, por exemplo, o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, insistiu recentemente que as parcerias de segurança na África Ocidental “são mutuamente benéficas e destinam-se a alcançar o que acreditamos ser objetivos compartilhados de detectar, dissuadir e reduzir a violência terrorista.” Seu pronunciamento é, ou uma mentira descarada, ou um completo devaneio.
Após vinte anos, está claro que as parcerias sahelianas dos Estados Unidos não estão “reduzindo a violência terrorista”, de forma alguma. Até o Pentágono admite isso tacitamente. Apesar do número de tropas dos EUA no Níger ter aumentado mais de 900% na última década e dos comandos americanos treinarem colegas locais, lutando e até morrendo por lá; apesar de centenas de milhões de dólares fluírem para Burkina Faso na forma de treinamento e equipamentos, como veículos blindados de transporte de pessoal, coletes à prova de balas, equipamentos de comunicação, metralhadoras, equipamentos de visão noturna e rifles; e apesar da assistência à segurança dos EUA fluir para Mali e seus oficiais militares receberem treinamento dos Estados Unidos, a violência terrorista no Sahel não foi reduzida de forma alguma. Em 2002 e 2003, de acordo com estatísticas do Departamento de Estado, terroristas causaram vinte e três baixas em toda a África. No ano passado, segundo o Centro de Estudos Estratégicos da África, uma instituição de pesquisa do Pentágono, os ataques de militantes islâmicos apenas no Sahel resultaram em 11.643 mortes — um aumento de mais de 50.000%.
Arrume suas guerras
Em janeiro de 2021, o presidente Biden entrou na Casa Branca prometendo acabar com as guerras eternas de seu país. Ele rapidamente afirmou ter cumprido sua promessa. “Estou aqui hoje pela primeira vez em vinte anos com os Estados Unidos fora de guerra”, anunciou Biden meses depois. “Viramos a página”.
Arrume suas guerras
Em janeiro de 2021, o presidente Biden entrou na Casa Branca prometendo acabar com as guerras eternas de seu país. Ele rapidamente afirmou ter cumprido sua promessa. “Estou aqui hoje pela primeira vez em vinte anos com os Estados Unidos fora de guerra”, anunciou Biden meses depois. “Viramos a página”.
No final do ano passado, no entanto, em uma de suas periódicas mensagens sobre “poderes de guerra” ao Congresso, detalhando operações militares dos EUA reconhecidas publicamente em todo o mundo, Biden disse exatamente o oposto. Na verdade, ele deixou em aberto a possibilidade de que as guerras eternas dos Estados Unidos possam, de fato, continuar para sempre. “Não é possível”, ele escreveu, “saber neste momento o escopo exato ou a duração dos desdobramentos das Forças Armadas dos Estados Unidos que são ou serão necessários para combater as ameaças terroristas aos Estados Unidos”.
A junta treinada pelos EUA do Níger deixou claro a vontade que a guerra eterna dos Estados Unidos termine por lá. Isso presumivelmente significaria o fechamento da Base Aérea 201 e a retirada de cerca de mil militares e contratados americanos. Até agora, no entanto, Washington não demostra sinais de ceder aos seus desejos. “Estamos cientes do comunicado de 16 de março… anunciando o fim do acordo de status das forças entre o Níger e os Estados Unidos”, disse a vice-porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh. “Estamos trabalhando por canais diplomáticos para buscar esclarecimento… Não tenho um prazo para qualquer retirada de forças."
"O exército dos EUA está no Níger a pedido do governo do Níger”, disse a porta-voz do AFRICOM, Kelly Cahalan, no ano passado. Agora que a junta disse ao AFRICOM para sair, o comando tem pouco a dizer. Os recibos de retorno de e-mail mostram que as perguntas do TomDispatch sobre os desenvolvimentos no Níger, enviadas ao escritório de imprensa do AFRICOM, foram lidas por uma série de pessoal, incluindo Cahalan, Zack Frank, Joshua Frey, Yvonne Levardi, Rebekah Clark Mattes, Christopher Meade, Takisha Miller, Alvin Phillips, Robert Dixon, Lennea Montandon e Courtney Dock, diretora adjunta de relações públicas do AFRICOM. Mas nenhum deles respondeu às perguntas feitas. Cahalan, em vez disso, encaminhou o TomDispatch ao Departamento de Estado. O Departamento de Estado, por sua vez, direcionou o TomDispatch para o transcript de uma coletiva de imprensa tratando, principalmente, dos esforços diplomáticos dos EUA nas Filipinas.
"O AFRICOM (EUA) precisa permanecer na África Ocidental… para limitar a propagação do terrorismo pela região e além”, disse o General Langley ao Comitê de Serviços Armados do Senado em março. Mas a junta do Níger insiste que o AFRICOM precisa sair e os fracassos dos EUA em “limitar a propagação do terrorismo” no Níger e além, são uma das principais razões para isso. “Essa cooperação em segurança não correspondeu às expectativas dos nigerianos – todos os massacres cometidos pelos jihadistas foram realizados enquanto os americanos estavam aqui”, disse um analista de segurança nigeriano que trabalhou com autoridades americanas, falando sob condição de anonimato.
As guerras eternas dos Estados Unidos, incluindo a batalha pelo Sahel, continuaram durante as presidências de George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden, com o fracasso do enredo definidor e os resultados catastróficos sendo a norma. Desde o Estado Islâmico derrotando o exército iraquiano treinado pelos EUA em 2014; até a vitória do Talibã no Afeganistão em 2021; o impasse eterno na Somália; até a desestabilização da Líbia em 2011 que fez o Sahel mergulhar no caos, e agora a ameaça aos estados litorâneos ao longo do Golfo da Guiné; a guerra global contra o terrorismo foi responsável pela morte, ferimento e deslocamento de dezenas de milhões de pessoas.
A carnificina, o impasse e o fracasso parecem ter tido um efeito notavelmente pequeno no desejo de Washington de continuar financiando e combatendo tais guerras, mas fatos no terreno, como o triunfo do Talibã no Afeganistão, às vezes forçaram a mão de Washington. A junta do Níger está seguindo outro caminho semelhante, tentando acabar com uma guerra eterna americana em um pequeno canto do mundo – fazendo o que o presidente Biden prometeu, mas falhou em fazer. Ainda assim, a questão permanece: a administração de Biden reverterá um curso que os Estados Unidos estão seguindo desde o início dos anos 2000? Concordará em estabelecer uma data para a retirada? Washington finalmente arrumará sua guerra desastrosa e irá para casa?
Republicado de TomDispatch.
As guerras eternas dos Estados Unidos, incluindo a batalha pelo Sahel, continuaram durante as presidências de George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden, com o fracasso do enredo definidor e os resultados catastróficos sendo a norma. Desde o Estado Islâmico derrotando o exército iraquiano treinado pelos EUA em 2014; até a vitória do Talibã no Afeganistão em 2021; o impasse eterno na Somália; até a desestabilização da Líbia em 2011 que fez o Sahel mergulhar no caos, e agora a ameaça aos estados litorâneos ao longo do Golfo da Guiné; a guerra global contra o terrorismo foi responsável pela morte, ferimento e deslocamento de dezenas de milhões de pessoas.
A carnificina, o impasse e o fracasso parecem ter tido um efeito notavelmente pequeno no desejo de Washington de continuar financiando e combatendo tais guerras, mas fatos no terreno, como o triunfo do Talibã no Afeganistão, às vezes forçaram a mão de Washington. A junta do Níger está seguindo outro caminho semelhante, tentando acabar com uma guerra eterna americana em um pequeno canto do mundo – fazendo o que o presidente Biden prometeu, mas falhou em fazer. Ainda assim, a questão permanece: a administração de Biden reverterá um curso que os Estados Unidos estão seguindo desde o início dos anos 2000? Concordará em estabelecer uma data para a retirada? Washington finalmente arrumará sua guerra desastrosa e irá para casa?
Republicado de TomDispatch.
Colaborador
Nick Turse é um jornalista e historiador premiado, editor-chefe do TomDispatch.com e membro do Instituto da Nação. Seu novo livro é "Tomorrow's Battlefield: U.S. Proxy Wars and Secret Ops in Africa”.
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