João Pedro Pitombo
Catia Seabra
Folha de S.Paulo
Lula e Geraldo Alckmin participam da Convenção Nacional do PSB - Gabriela Biló-29.jul.22/Folhapress |
Maior partido aliado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha presidencial e legenda do candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin, o PSB não estará no mesmo palanque que os petistas em 11 estados e no Distrito Federal.
Empenhado em ampliar sua bancada no Congresso Nacional, o partido traçou suas próprias estratégias nos estados que incluem neutralidade, candidaturas solo e até mesmo apoio a candidatos a governador aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em Mato Grosso do Sul, o PSB aprovou em convenção uma aliança formal com o candidato a governador Eduardo Riedel (PSDB). Em abril, quando João Doria (PSDB) ainda era pré-candidato a presidente, Riedel disse que estava "fechado com Bolsonaro", gerando mal-estar no partido.
Presidente estadual do PSB, Ricardo Ayache defende o apoio ao tucano e diz que o partido estará engajado na campanha de Lula no estado, mesmo localmente em palanque oposto ao do PT. No estado, os petistas lançaram a advogada Giselle Marques ao governo.
"Riedel é um novo nome da política aqui do estado, tem credibilidade como gestor. Infelizmente, nosso sistema partidário é complexo, mas estamos firmes com Lula e Alckmin", afirmou.
Ele ainda explicou que o apoio formal ao tucano em Mato Grosso do Sul foi uma contrapartida do apoio dado pelo PSDB à candidatura ao governo de Marcelo Freixo (PSB) no Rio de Janeiro.
O cenário é semelhante em Mato Grosso, onde o PSB fechou uma aliança formal com o governador Mauro Mendes (União Brasil), candidato que apoia e é apoiado por Bolsonaro.
"Somos da base do governador, não poderíamos ir contra. Mas isso não altera nosso apoio a Lula na eleição nacional", diz o deputado estadual Max Russi, presidente estadual do partido.
O PSB lançaria a médica Natasha Slhessarenko para Senado, mas ela anunciou sua desistência nesta segunda-feira (8) após um apelo de Geraldo Alckmin.
O candidato a vice-presidente queria que o PSB apoiasse ao Senado o deputado federal e líder ruralista Neri Geller (PP), nome que será a principal ponte entre Lula e o agronegócio. Mas o PSB declinou da aliança em Mato Grosso.
No Paraná, a aliança será informal. O partido aprovou em convenção que ficará neutro na eleição estadual e apoiará Lula na eleição presidencial e a reeleição de Álvaro Dias (Podemos) ao Senado.
Na prática, contudo, a maior parte do PSB apoiará a reeleição do governador Ratinho Júnior (PSD), que fechou uma aliança formal com o PL e defende um novo mandato para Bolsonaro.
Único deputado federal do PSB no estado, Luciano Ducci afirma que a posição da legenda é de independência e que não haverá conflitos entre as eleições estadual e nacional: "Vamos fazer a campanha para Lula e Alckmin".
No Tocantins, os pessebistas decidiram no prazo limite das convenções lançar o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha como candidato a senador sem apoio a nenhum candidato a governador.
Ao mesmo tempo, o candidato ao governo Ronaldo Dimas (PL) decidiu entrar na disputa sem nenhuma candidatura ao Senado. Amastha nega que haja acordo, mas elogia Dimas.
"Não tenho nenhuma restrição a Dimas. Pelo contrário, vejo nele um bom gestor. Mas a filiação dele ao PL impediu uma aliança."
Ex-prefeito de Araguaína, cidade do norte do Tocantins, Dimas era filiado ao Podemos, mas deixou o partido no final de março diante da possibilidade de o partido lançar à Presidência o ex-juiz Sergio Moro, adversário de Bolsonaro.
Dimas tem como principal adversário o governador e candidato à reeleição Wanderlei Barbosa (Republicanos), também apoiador de Bolsonaro.
O palanque de Lula no estado será liderado pelo ex-deputado Paulo Mourão (PT), mas parte dos deputados filiados ao PC do B e PV apoiam Wanderlei Barbosa, fazendo da federação uma espécie de "casamento de fachada".
Em Roraima, o PSB estará no mesmo palanque que o PL em apoio a Teresa Surita (MDB), ex-prefeita de Boa Vista e candidata ao governo. O PT, por sua vez, apoia a candidatura de Rudson Leite (PV), que aderiu informalmente à reeleição do senador bolsonarista Temário Mota (Pros).
Em Alagoas, o partido firmou uma aliança com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), em apoio à candidatura de Rodrigo Cunha (União Brasil). Mas na última hora recuou da parceria e lançou um candidato ao Senado, mantendo apoio informal a Cunha na eleição estadual.
O PSB de Alagoas é liderado pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, que tem relação próxima com a família Bolsonaro e já participou de atos com o presidente na cidade. O PT, por sua vez, apoiará a reeleição do governador Paulo Dantas (MDB), nome apadrinhado pelo ex-governador Renan Filho.
"O PSB saiu da aliança com Lira, mas vota no Rodrigo Cunha, que deixou o PSDB e foi para o União Brasil por orçamento secreto e fundo partidário. Liderava as pesquisas e depois do apoio de Artur Lira está em terceiro lugar a 12 pontos do segundo colocado", criticou o senador Renan Calheiros (MDB).
PSB e PT estarão em palanques distintos na Paraíba, Ceará, Amazonas, Acre e Rio Grande do Sul e Distrito Federal, mas sem apoio a candidatos a governador ligados a Bolsonaro.
Os dois partidos ainda enfrentam um imbróglio no Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, com duplas candidaturas ao Senado em suas respectivas chapas.
No Rio, a manutenção da candidatura do deputado federal Alessandro Molon ao Senado quase resultou no rompimento com o PT, que lançou André Ceciliano para disputar o cargo. Os partidos vão para a eleição com palanques separados para o Senado.
Empenhado em ampliar sua bancada no Congresso Nacional, o partido traçou suas próprias estratégias nos estados que incluem neutralidade, candidaturas solo e até mesmo apoio a candidatos a governador aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em Mato Grosso do Sul, o PSB aprovou em convenção uma aliança formal com o candidato a governador Eduardo Riedel (PSDB). Em abril, quando João Doria (PSDB) ainda era pré-candidato a presidente, Riedel disse que estava "fechado com Bolsonaro", gerando mal-estar no partido.
Presidente estadual do PSB, Ricardo Ayache defende o apoio ao tucano e diz que o partido estará engajado na campanha de Lula no estado, mesmo localmente em palanque oposto ao do PT. No estado, os petistas lançaram a advogada Giselle Marques ao governo.
"Riedel é um novo nome da política aqui do estado, tem credibilidade como gestor. Infelizmente, nosso sistema partidário é complexo, mas estamos firmes com Lula e Alckmin", afirmou.
Ele ainda explicou que o apoio formal ao tucano em Mato Grosso do Sul foi uma contrapartida do apoio dado pelo PSDB à candidatura ao governo de Marcelo Freixo (PSB) no Rio de Janeiro.
O cenário é semelhante em Mato Grosso, onde o PSB fechou uma aliança formal com o governador Mauro Mendes (União Brasil), candidato que apoia e é apoiado por Bolsonaro.
"Somos da base do governador, não poderíamos ir contra. Mas isso não altera nosso apoio a Lula na eleição nacional", diz o deputado estadual Max Russi, presidente estadual do partido.
O PSB lançaria a médica Natasha Slhessarenko para Senado, mas ela anunciou sua desistência nesta segunda-feira (8) após um apelo de Geraldo Alckmin.
O candidato a vice-presidente queria que o PSB apoiasse ao Senado o deputado federal e líder ruralista Neri Geller (PP), nome que será a principal ponte entre Lula e o agronegócio. Mas o PSB declinou da aliança em Mato Grosso.
No Paraná, a aliança será informal. O partido aprovou em convenção que ficará neutro na eleição estadual e apoiará Lula na eleição presidencial e a reeleição de Álvaro Dias (Podemos) ao Senado.
Na prática, contudo, a maior parte do PSB apoiará a reeleição do governador Ratinho Júnior (PSD), que fechou uma aliança formal com o PL e defende um novo mandato para Bolsonaro.
Único deputado federal do PSB no estado, Luciano Ducci afirma que a posição da legenda é de independência e que não haverá conflitos entre as eleições estadual e nacional: "Vamos fazer a campanha para Lula e Alckmin".
No Tocantins, os pessebistas decidiram no prazo limite das convenções lançar o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha como candidato a senador sem apoio a nenhum candidato a governador.
Ao mesmo tempo, o candidato ao governo Ronaldo Dimas (PL) decidiu entrar na disputa sem nenhuma candidatura ao Senado. Amastha nega que haja acordo, mas elogia Dimas.
"Não tenho nenhuma restrição a Dimas. Pelo contrário, vejo nele um bom gestor. Mas a filiação dele ao PL impediu uma aliança."
Ex-prefeito de Araguaína, cidade do norte do Tocantins, Dimas era filiado ao Podemos, mas deixou o partido no final de março diante da possibilidade de o partido lançar à Presidência o ex-juiz Sergio Moro, adversário de Bolsonaro.
Dimas tem como principal adversário o governador e candidato à reeleição Wanderlei Barbosa (Republicanos), também apoiador de Bolsonaro.
O palanque de Lula no estado será liderado pelo ex-deputado Paulo Mourão (PT), mas parte dos deputados filiados ao PC do B e PV apoiam Wanderlei Barbosa, fazendo da federação uma espécie de "casamento de fachada".
Em Roraima, o PSB estará no mesmo palanque que o PL em apoio a Teresa Surita (MDB), ex-prefeita de Boa Vista e candidata ao governo. O PT, por sua vez, apoia a candidatura de Rudson Leite (PV), que aderiu informalmente à reeleição do senador bolsonarista Temário Mota (Pros).
Em Alagoas, o partido firmou uma aliança com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), em apoio à candidatura de Rodrigo Cunha (União Brasil). Mas na última hora recuou da parceria e lançou um candidato ao Senado, mantendo apoio informal a Cunha na eleição estadual.
O PSB de Alagoas é liderado pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, que tem relação próxima com a família Bolsonaro e já participou de atos com o presidente na cidade. O PT, por sua vez, apoiará a reeleição do governador Paulo Dantas (MDB), nome apadrinhado pelo ex-governador Renan Filho.
"O PSB saiu da aliança com Lira, mas vota no Rodrigo Cunha, que deixou o PSDB e foi para o União Brasil por orçamento secreto e fundo partidário. Liderava as pesquisas e depois do apoio de Artur Lira está em terceiro lugar a 12 pontos do segundo colocado", criticou o senador Renan Calheiros (MDB).
PSB e PT estarão em palanques distintos na Paraíba, Ceará, Amazonas, Acre e Rio Grande do Sul e Distrito Federal, mas sem apoio a candidatos a governador ligados a Bolsonaro.
Os dois partidos ainda enfrentam um imbróglio no Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, com duplas candidaturas ao Senado em suas respectivas chapas.
No Rio, a manutenção da candidatura do deputado federal Alessandro Molon ao Senado quase resultou no rompimento com o PT, que lançou André Ceciliano para disputar o cargo. Os partidos vão para a eleição com palanques separados para o Senado.
PSB E PT SEPARADOS
Paraná – PT com Roberto Requião (PT) e PSB em neutralidade
Rio Grande do Sul – PT com Edegar Pretto (PT) e PSB com Vicente Bogo (PSB)
Ceará – PT com Elmano de Freitas (PT) e PSB com Roberto Cláudio (PDT)
Amazonas – PT com Eduardo Braga (MDB) e PSB com Ricardo Nicolau (Solidariedade)
Paraíba – PT com Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e PSB com João Azevêdo (PSB)
Mato Grosso – PT com Márcia Pinheiro (PV) e PSB com Mauro Mendes (União Brasil)
Alagoas – PT com Paulo Dantas (MDB) e PSB em neutralidade
Distrito Federal – PT com Leandro Grass (PV) e PSB com Rafael Parente (PSB)
Mato Grosso do Sul – PT com Giselle Marques (PT) e PSB com Eduardo Riedel (PSDB)
Tocantins – PT com Paulo Mourão (PT) e PSB em neutralidade
Acre – PT com Jorge Viana (PT) e PSB em neutralidade
Roraima – PT com Rudson Leite (PV) e PSB com Teresa Surita (MDB)
PSB E PT ALIADOS
São Paulo – Fernando Haddad (PT)
Rio de Janeiro – Marcelo Freixo (PSB)
Minas Gerais – Alexandre Kalil (PSD)
Bahia – Jerônimo Rodrigues (PT)
Pernambuco – Danilo Cabral (PSB)
Pará – Helder Barbalho (MDB)
Santa Catarina – Décio Lima (PT)
Goiás – Wolmir Amado (PT)
Maranhão – Carlos Brandão (PSB)
Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB)
Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT)
Piauí – Rafael Fonteles (PT)
Sergipe – Rogério Carvalho (PT)
Rondônia – Daniel Pereira (Solidariedade)
Amapá – Clécio Luís (Solidariedade)
Paraná – PT com Roberto Requião (PT) e PSB em neutralidade
Rio Grande do Sul – PT com Edegar Pretto (PT) e PSB com Vicente Bogo (PSB)
Ceará – PT com Elmano de Freitas (PT) e PSB com Roberto Cláudio (PDT)
Amazonas – PT com Eduardo Braga (MDB) e PSB com Ricardo Nicolau (Solidariedade)
Paraíba – PT com Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e PSB com João Azevêdo (PSB)
Mato Grosso – PT com Márcia Pinheiro (PV) e PSB com Mauro Mendes (União Brasil)
Alagoas – PT com Paulo Dantas (MDB) e PSB em neutralidade
Distrito Federal – PT com Leandro Grass (PV) e PSB com Rafael Parente (PSB)
Mato Grosso do Sul – PT com Giselle Marques (PT) e PSB com Eduardo Riedel (PSDB)
Tocantins – PT com Paulo Mourão (PT) e PSB em neutralidade
Acre – PT com Jorge Viana (PT) e PSB em neutralidade
Roraima – PT com Rudson Leite (PV) e PSB com Teresa Surita (MDB)
PSB E PT ALIADOS
São Paulo – Fernando Haddad (PT)
Rio de Janeiro – Marcelo Freixo (PSB)
Minas Gerais – Alexandre Kalil (PSD)
Bahia – Jerônimo Rodrigues (PT)
Pernambuco – Danilo Cabral (PSB)
Pará – Helder Barbalho (MDB)
Santa Catarina – Décio Lima (PT)
Goiás – Wolmir Amado (PT)
Maranhão – Carlos Brandão (PSB)
Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB)
Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT)
Piauí – Rafael Fonteles (PT)
Sergipe – Rogério Carvalho (PT)
Rondônia – Daniel Pereira (Solidariedade)
Amapá – Clécio Luís (Solidariedade)
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