Julia Chaib
Danielle Brant
Folha de S.Paulo
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atuaram nesta terça-feira (31) para estancar um princípio de rebelião que poderia ameaçar acordos firmados pelo deputado para assegurar sua recondução ao comando da Casa, além de ampliar rachas na base do petista no Congresso.
As disputas paralelas também poderiam comprometer a eleição do nome de Lira para a vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), o deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR).
Em busca da reeleição, Lira fechou acordo com uma ampla gama de partidos que vão do PL de Jair Bolsonaro ao PT de Lula, passando por legendas do centrão, como Republicanos, e de centro-direita, como União Brasil.
Enquanto a recondução de Lira deve ocorrer com votação expressiva, a eleição de dois outros cargos na mesa teve nós que o presidente da Câmara e o governo precisaram desatar na véspera da eleição.
Um deles, na União Brasil, seguia sem desfecho até a noite desta terça. Pelas negociações, o partido ficaria com a primeira secretaria e indicaria o nome do presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), para o posto.
A União Brasil, no entanto, enfrenta um racha desde a vitória de Lula ante Bolsonaro. Bivar articulou para que a legenda se aproximasse do governo, apesar de parte da bancada expressar oposição ao petista.
Apesar das resistências internas, a União Brasil emplacou três ministros na Esplanada: Juscelino Filho (MA), nas Comunicações, e Waldez Góes (licenciado do PDT), na Integração —que são apontados como indicação do senador Davi Alcolumbre (AP)—, e Daniela do Waguinho (RJ), no Turismo.
Bivar também tentou boicotar a recondução de Elmar Nascimento (BA) na liderança do partido na Câmara ao apoiar o deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), mas não teve sucesso.
Por causa dessas ações, ala da legenda articulou o lançamento do deputado Mendonça Filho (PE) para concorrer com Bivar pela vaga na primeira secretaria. Parlamentares de partidos de centro indicaram que, se isso ocorresse, havia chances de Mendonça Filho ganhar.
O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira, porém entrou em campo nesta terça para dissuadir Mendonça da ideia de se candidatar. Na avaliação de integrantes da União Brasil, Lira quer evitar desarranjos no dia da sua eleição. Além disso, Mendonça é de uma ala da legenda distante do governo e sua eleição poderia representar entraves para aliados de Lula na Câmara.
Após o apelo de Lira, Mendonça tendia a retirar a candidatura, mas a decisão estava pendente, até a noite de terça, da opinião do grupo do qual o deputado faz parte.
Outra fonte de descontentamento era o PV, que, com o PC do B, integra a federação do PT. Sem cargos no primeiro escalão do governo, o partido ameaçava lançar um nome —Aliel Machado (PR) ou Jadyel da Jupi (PI)— para disputar a segunda secretaria com a petista Maria do Rosário. No entanto, o governo agiu para para contemplar o partido em reuniões realizadas nesta terça.
Primeiro, líderes do PV encontraram-se com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). No encontro, ficou acertado que eles terão um titular na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a segunda escolha de comissão que vai caber à federação e emplacarão um vice-líder no governo, o deputado Bacelar (PV-BA).
Em seguida, o PV também se reuniu com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O partido tem o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) e quer também algum órgão ligado ao Meio Ambiente, como ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Diante da possibilidade de acordos serem rompidos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta evitar qualquer mudança que possa comprometer seu arco de aliança. Nesta terça (31), Lira disse que estava fazendo as últimas conversas sobre espaço e proporcionalidade de partidos na mesa diretora.
"Tem algumas demandas de possibilidade de candidaturas avulsas que nós estamos conversando para que não existam e que a gente chegue com a unidade partidária e do bloco mantida do começo ao final", afirmou.
A operação de Lira e do governo tinha duas motivações principais, uma para o deputado e outra para os aliados de Lula. No caso do presidente da Câmara, um revés para o PT na mesa diretora poderia comprometer a já difícil eleição de Jhonatan de Jesus para o TCU. Isso porque parlamentares petistas indicaram que poderiam deixar de dar votos do partido para o deputado do Republicanos caso não fossem contemplados com a segunda secretaria.
As disputas paralelas também poderiam comprometer a eleição do nome de Lira para a vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), o deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR).
Em busca da reeleição, Lira fechou acordo com uma ampla gama de partidos que vão do PL de Jair Bolsonaro ao PT de Lula, passando por legendas do centrão, como Republicanos, e de centro-direita, como União Brasil.
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta desarticular candidaturas avulsas para eleição da mesa - Adriano Machado/Reuters |
Enquanto a recondução de Lira deve ocorrer com votação expressiva, a eleição de dois outros cargos na mesa teve nós que o presidente da Câmara e o governo precisaram desatar na véspera da eleição.
Um deles, na União Brasil, seguia sem desfecho até a noite desta terça. Pelas negociações, o partido ficaria com a primeira secretaria e indicaria o nome do presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), para o posto.
A União Brasil, no entanto, enfrenta um racha desde a vitória de Lula ante Bolsonaro. Bivar articulou para que a legenda se aproximasse do governo, apesar de parte da bancada expressar oposição ao petista.
Apesar das resistências internas, a União Brasil emplacou três ministros na Esplanada: Juscelino Filho (MA), nas Comunicações, e Waldez Góes (licenciado do PDT), na Integração —que são apontados como indicação do senador Davi Alcolumbre (AP)—, e Daniela do Waguinho (RJ), no Turismo.
Bivar também tentou boicotar a recondução de Elmar Nascimento (BA) na liderança do partido na Câmara ao apoiar o deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), mas não teve sucesso.
Por causa dessas ações, ala da legenda articulou o lançamento do deputado Mendonça Filho (PE) para concorrer com Bivar pela vaga na primeira secretaria. Parlamentares de partidos de centro indicaram que, se isso ocorresse, havia chances de Mendonça Filho ganhar.
O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira, porém entrou em campo nesta terça para dissuadir Mendonça da ideia de se candidatar. Na avaliação de integrantes da União Brasil, Lira quer evitar desarranjos no dia da sua eleição. Além disso, Mendonça é de uma ala da legenda distante do governo e sua eleição poderia representar entraves para aliados de Lula na Câmara.
Após o apelo de Lira, Mendonça tendia a retirar a candidatura, mas a decisão estava pendente, até a noite de terça, da opinião do grupo do qual o deputado faz parte.
Outra fonte de descontentamento era o PV, que, com o PC do B, integra a federação do PT. Sem cargos no primeiro escalão do governo, o partido ameaçava lançar um nome —Aliel Machado (PR) ou Jadyel da Jupi (PI)— para disputar a segunda secretaria com a petista Maria do Rosário. No entanto, o governo agiu para para contemplar o partido em reuniões realizadas nesta terça.
Primeiro, líderes do PV encontraram-se com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). No encontro, ficou acertado que eles terão um titular na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a segunda escolha de comissão que vai caber à federação e emplacarão um vice-líder no governo, o deputado Bacelar (PV-BA).
Em seguida, o PV também se reuniu com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O partido tem o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) e quer também algum órgão ligado ao Meio Ambiente, como ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Diante da possibilidade de acordos serem rompidos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta evitar qualquer mudança que possa comprometer seu arco de aliança. Nesta terça (31), Lira disse que estava fazendo as últimas conversas sobre espaço e proporcionalidade de partidos na mesa diretora.
"Tem algumas demandas de possibilidade de candidaturas avulsas que nós estamos conversando para que não existam e que a gente chegue com a unidade partidária e do bloco mantida do começo ao final", afirmou.
A operação de Lira e do governo tinha duas motivações principais, uma para o deputado e outra para os aliados de Lula. No caso do presidente da Câmara, um revés para o PT na mesa diretora poderia comprometer a já difícil eleição de Jhonatan de Jesus para o TCU. Isso porque parlamentares petistas indicaram que poderiam deixar de dar votos do partido para o deputado do Republicanos caso não fossem contemplados com a segunda secretaria.
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