Thiago Resende
Julia Chaib
Catia Seabra
Folha de S.Paulo
Auxiliares do presidente Lula (PT) avaliam que, ao concluir o primeiro ano de mandato, o petista deverá promover mais uma reforma ministerial, que poderá ser ainda mais ampla do que as trocas negociadas atualmente com o PP e Republicanos.
Com base no histórico de mandatos anteriores, aliados dizem que Lula costuma fazer um balanço político da distribuição de ministérios e da base do governo após a conclusão do primeiro ano.
A tendência, segundo pessoas próximas a ele, é que essa prática seja mantida, apesar da dança de cadeiras que pretende promover em agosto. Além da composição política, a análise também leva em consideração o desempenho dos ministros e indicados a cargos estratégicos do governo.
O presidente Lula (PT) em evento no Palácio do Planalto - Gabriela Biló-28.jun.23/Folhapress |
Um dos nomes mais citados por interlocutores de Lula, porém, não está relacionado a uma avaliação negativa. O ministro da Defesa, José Múcio, está no balcão de apostas de uma corrente do Palácio do Planalto, que acredita que ele não pretende ficar até o fim do mandato de Lula.
O ministro, no entanto, nega a aliados que tenha fixado um prazo para permanecer na Esplanada e diz não ter intenção de pedir demissão no fim do ano.
Integrantes do Planalto afirmam que em dezembro de 2022, ainda na transição de governo, foi necessária uma força-tarefa para convencer Múcio a assumir a Defesa. O aliado de Lula estava com uma empresa de consultoria e, segundo esses interlocutores, relatava estar satisfeito e cansado para assumir uma pasta no governo.
Aceitou devido ao apelo de Lula. Agora, avaliam ministros, Múcio teria razões para deixar o ministério após ter conseguido azeitar a relação de Lula com as Forças Armadas e também por questões pessoais. A aliados o ministro diz que sua missão ainda não está encerrada.
Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), está na mira da reforma por ter sua atuação criticada à frente da estatal.
Prates tem sido desaprovado por petistas e também por membros do PSD, que integra a base do governo Lula. O principal motivo apresentado é a sequência de embates com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que é do PSD.
Em junho, por exemplo, entraram em rota de colisão a respeito de políticas para gás natural. A gestão de Silveira, por sua vez, é elogiada por assessores do Planalto.
Auxiliares de Lula apostam que também haverá mudanças na cozinha do Palácio, que inclui os petistas Márcio Macedo (Secretaria-Geral), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).
Lula tem dito a aliados que é comum mexer no time responsável pela articulação política após um ano, por ser uma posição que acumula desgastes, principalmente com o Congresso.
Padilha tem conseguido o respaldo de parlamentares e dirigentes partidários. Rui Costa, porém, virou o alvo prioritário de queixas de líderes do Legislativo.
Não há, por ora, um cenário claro para eventual saída de Rui do governo. Responsável pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ele é colocado como um homem de confiança do presidente e que atende ao desejo de Lula de ter um perfil de gerente à frente da Casa Civil.
O nome dele tem circulado como possível cotado para substituir Prates na Petrobras.
No entorno do Planalto, há apostas de que o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), venha a assumir a Defesa no caso de a pasta ficar vaga. Alckmin chegou a ser cotado para o cargo na montagem de governo em dezembro. Atualmente, ele comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Entre petistas, há ainda a expectativa de que a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, ganhe um ministério no início do próximo ano. A ideia, segundo pessoas próximas a Lula, seria que ela entre no Ministério do Desenvolvimento Social, que cuida do Bolsa Família.
Em caso de reforma ministerial em janeiro, também não estão descartadas trocas entre ministros de partidos de centro e aliados de Lula, no modelo do que aconteceu no Ministério do Turismo entre Daniela Carneiro e Celso Sabino —ambos da União Brasil.
Daniela foi demitida para dar lugar a Sabino, que tinha o apoio da bancada na Câmara.
A nomeação de Sabino foi um marco na aliança do centrão —liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)— com o governo. O próximo passo é abrir espaço na Esplanada para o PP e o Republicanos.
A expectativa no governo é que Lula se reúna na próxima semana com líderes e dirigentes de PP e Republicanos para avançar no desenho do remanejamento que ele fará na Esplanada.
A previsão é que os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) entrem no primeiro escalão. Ainda não há certeza, porém, sobre quais espaços eles vão ocupar.
Lula deve aproveitar essa dança de cadeiras para mexer em peças que, na avaliação do petista, estão com desempenho aquém do esperado.
Os ministros da Mulher, Cida Gonçalves, e o dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, têm recebido críticas de alas do governo pelo desempenho à frente da pasta.
Da mesma forma, Wellington Dias, do Ministério do Desenvolvimento Social, é alvo de reclamações. Lula esperava que a pasta fosse celeiro de pautas positivas para o governo, o que não tem ocorrido.
Se esses três ministros não forem demitidos ou remanejados nas trocas atuais para dar lugar a integrantes do centrão, eles poderiam ser substituídos na reforma do fim do primeiro ano de mandato.
O ministro, no entanto, nega a aliados que tenha fixado um prazo para permanecer na Esplanada e diz não ter intenção de pedir demissão no fim do ano.
Integrantes do Planalto afirmam que em dezembro de 2022, ainda na transição de governo, foi necessária uma força-tarefa para convencer Múcio a assumir a Defesa. O aliado de Lula estava com uma empresa de consultoria e, segundo esses interlocutores, relatava estar satisfeito e cansado para assumir uma pasta no governo.
Aceitou devido ao apelo de Lula. Agora, avaliam ministros, Múcio teria razões para deixar o ministério após ter conseguido azeitar a relação de Lula com as Forças Armadas e também por questões pessoais. A aliados o ministro diz que sua missão ainda não está encerrada.
Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), está na mira da reforma por ter sua atuação criticada à frente da estatal.
Prates tem sido desaprovado por petistas e também por membros do PSD, que integra a base do governo Lula. O principal motivo apresentado é a sequência de embates com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que é do PSD.
Em junho, por exemplo, entraram em rota de colisão a respeito de políticas para gás natural. A gestão de Silveira, por sua vez, é elogiada por assessores do Planalto.
Auxiliares de Lula apostam que também haverá mudanças na cozinha do Palácio, que inclui os petistas Márcio Macedo (Secretaria-Geral), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).
Lula tem dito a aliados que é comum mexer no time responsável pela articulação política após um ano, por ser uma posição que acumula desgastes, principalmente com o Congresso.
Padilha tem conseguido o respaldo de parlamentares e dirigentes partidários. Rui Costa, porém, virou o alvo prioritário de queixas de líderes do Legislativo.
Não há, por ora, um cenário claro para eventual saída de Rui do governo. Responsável pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ele é colocado como um homem de confiança do presidente e que atende ao desejo de Lula de ter um perfil de gerente à frente da Casa Civil.
O nome dele tem circulado como possível cotado para substituir Prates na Petrobras.
No entorno do Planalto, há apostas de que o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), venha a assumir a Defesa no caso de a pasta ficar vaga. Alckmin chegou a ser cotado para o cargo na montagem de governo em dezembro. Atualmente, ele comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Entre petistas, há ainda a expectativa de que a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, ganhe um ministério no início do próximo ano. A ideia, segundo pessoas próximas a Lula, seria que ela entre no Ministério do Desenvolvimento Social, que cuida do Bolsa Família.
Em caso de reforma ministerial em janeiro, também não estão descartadas trocas entre ministros de partidos de centro e aliados de Lula, no modelo do que aconteceu no Ministério do Turismo entre Daniela Carneiro e Celso Sabino —ambos da União Brasil.
Daniela foi demitida para dar lugar a Sabino, que tinha o apoio da bancada na Câmara.
A nomeação de Sabino foi um marco na aliança do centrão —liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)— com o governo. O próximo passo é abrir espaço na Esplanada para o PP e o Republicanos.
A expectativa no governo é que Lula se reúna na próxima semana com líderes e dirigentes de PP e Republicanos para avançar no desenho do remanejamento que ele fará na Esplanada.
A previsão é que os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) entrem no primeiro escalão. Ainda não há certeza, porém, sobre quais espaços eles vão ocupar.
Lula deve aproveitar essa dança de cadeiras para mexer em peças que, na avaliação do petista, estão com desempenho aquém do esperado.
Os ministros da Mulher, Cida Gonçalves, e o dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, têm recebido críticas de alas do governo pelo desempenho à frente da pasta.
Da mesma forma, Wellington Dias, do Ministério do Desenvolvimento Social, é alvo de reclamações. Lula esperava que a pasta fosse celeiro de pautas positivas para o governo, o que não tem ocorrido.
Se esses três ministros não forem demitidos ou remanejados nas trocas atuais para dar lugar a integrantes do centrão, eles poderiam ser substituídos na reforma do fim do primeiro ano de mandato.
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