Robson Cardoch Valdez
Doutor em estudos estratégicos internacionais (UFRGS), é secretário de Relações Internacionais da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal)
Folha de S.Paulo
As milhares de mortes e sucessivas violações do direito internacional e do direito internacional humanitário por parte do governo israelense no capítulo mais sangrento em décadas de ocupação ilegal dos territórios palestinos são suficientes para que o governo brasileiro rompa relações diplomáticas com Israel e denuncie imediatamente todos os acordos de cooperação militar entre os dois países.
As ofensivas militares israelenses, agora espalhadas por outras regiões do Oriente Médio, têm causado a morte de civis, inclusive crianças, e a destruição de infraestrutura essencial, como hospitais e escolas. Tudo isso em flagrante desacordo com os valores defendidos pelo Brasil na arena internacional.
As milhares de mortes e sucessivas violações do direito internacional e do direito internacional humanitário por parte do governo israelense no capítulo mais sangrento em décadas de ocupação ilegal dos territórios palestinos são suficientes para que o governo brasileiro rompa relações diplomáticas com Israel e denuncie imediatamente todos os acordos de cooperação militar entre os dois países.
As ofensivas militares israelenses, agora espalhadas por outras regiões do Oriente Médio, têm causado a morte de civis, inclusive crianças, e a destruição de infraestrutura essencial, como hospitais e escolas. Tudo isso em flagrante desacordo com os valores defendidos pelo Brasil na arena internacional.
A anexação ilegal de terras palestinas a partir de 1967 e a instrumentalização do regime racista de apartheid contra a população palestina, fatos confirmados pelo parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça, bastariam para encorajar o governo brasileiro a romper relações diplomáticas com o governo de Binyamin Netanyahu. O governo brasileiro não pode ser indiferente ao relatório da Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre o Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental e Israel, submetido à Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro deste ano, que aborda as graves violações de direitos humanos por parte da ocupação israelense, intensificadas a partir de 7 de outubro de 2023. Segundo o relatório, "As forças de segurança israelenses deliberadamente mataram, feriram, prenderam, detiveram, maltrataram e torturaram pessoal médico e atacaram veículos médicos, constituindo os crimes de guerra de homicídio doloso e maus-tratos e o crime contra a humanidade de extermínio".
Além dos 10 mil desaparecidos e das quase 104 mil vítimas gravemente feridas na Faixa de Gaza, o genocídio em curso, que já matou 52.754 palestinos (2,33% de sua demografia) e deslocou milhões de pessoas, reforça o entendimento internacional de que o governo israelense não busca a paz ou o cessar-fogo. Diante disso, faz-se necessário o abandono da nobre estratégia do Brasil de se colocar como intermediador de um eventual processo de paz entre israelenses e palestinos sob a perspectiva de uma solução de dois Estados. Assim, tendo em vista que o governo Netanyahu e os seus apoiadores não concordam com essa solução, que conta com amplo apoio da comunidade internacional, é chegada a hora de o governo brasileiro avançar em uma estratégia mais efetiva, qual seja, o rompimento das relações diplomáticas com Israel.
O rompimento de relações diplomáticas é uma medida extrema que demanda cálculos políticos em uma intrincada agenda de interesses brasileiros e envolve ampla gama de países parceiros do Brasil. Desse modo, ao romper com o governo israelense, o Brasil marca sua posição de total repúdio ao genocídio em curso e deixa para quem diverge da medida a tarefa de convencê-lo do contrário. Nesse caso, trata-se de tarefa inglória, pois genocídio, usurpação de território, limpeza étnica, punição coletiva e apartheid são indefensáveis sob qualquer argumento.
Presidente Lula, rompa com Israel!
Além dos 10 mil desaparecidos e das quase 104 mil vítimas gravemente feridas na Faixa de Gaza, o genocídio em curso, que já matou 52.754 palestinos (2,33% de sua demografia) e deslocou milhões de pessoas, reforça o entendimento internacional de que o governo israelense não busca a paz ou o cessar-fogo. Diante disso, faz-se necessário o abandono da nobre estratégia do Brasil de se colocar como intermediador de um eventual processo de paz entre israelenses e palestinos sob a perspectiva de uma solução de dois Estados. Assim, tendo em vista que o governo Netanyahu e os seus apoiadores não concordam com essa solução, que conta com amplo apoio da comunidade internacional, é chegada a hora de o governo brasileiro avançar em uma estratégia mais efetiva, qual seja, o rompimento das relações diplomáticas com Israel.
O rompimento de relações diplomáticas é uma medida extrema que demanda cálculos políticos em uma intrincada agenda de interesses brasileiros e envolve ampla gama de países parceiros do Brasil. Desse modo, ao romper com o governo israelense, o Brasil marca sua posição de total repúdio ao genocídio em curso e deixa para quem diverge da medida a tarefa de convencê-lo do contrário. Nesse caso, trata-se de tarefa inglória, pois genocídio, usurpação de território, limpeza étnica, punição coletiva e apartheid são indefensáveis sob qualquer argumento.
Presidente Lula, rompa com Israel!
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