25 de fevereiro de 2023

China busca fortalecer segurança global para torná-la mais justa e racional

Pequim quer lidar com desafios com abordagem de ganhos mútuos e solucionar dilemas com solidariedade

Zhu Qingqiao
Embaixador da China no Brasil

Folha de S.Paulo

O mundo vive um novo período de agitações e mudanças, com novos e sérios desafios à paz e à segurança. Em abril de 2022, o presidente chinês, Xi Jinping, apresentou a Iniciativa de Segurança Global, uma proposta que define a posição da China na promoção da paz e do progresso mundial.

A iniciativa recebeu ampla atenção e repercutiu de forma positiva na comunidade internacional. Em resposta às expectativas de todas as partes, a China lançou recentemente um documento conceitual sobre a iniciativa. Apresento um resumo para servir de referência e entendê-la melhor.

Pessoas com bandeiras do Partido Comunista Chinês durante evento em Xangai - Aly Song - 22.jun.21/Reuters

Em primeiro lugar, o documento traz as diretrizes conceituais e reafirma que a iniciativa se baseia numa nova visão de que a segurança é um tema de interesse comum, cooperativo e sustentável, que tem como regra básica o respeito mútuo e como princípio fundamental a indivisibilidade da segurança.

Seu objetivo é construir a longo prazo uma comunidade de segurança, eliminando as causas profundas dos conflitos internacionais, melhorando a governança da segurança global e concretizando a paz e o progresso duradouros no mundo.

Inspirada na cultura chinesa de valorização da harmonia, a iniciativa está alinhada com a política externa de uma diplomacia independente e pacífica, oferecendo uma contribuição intelectual da China para abordar os desafios de segurança internacional.

Em segundo lugar, o documento indica a direção das ações. Para lidar com as preocupações de segurança mais prementes da comunidade internacional, propõe 20 prioridades de cooperação, abordando áreas como o papel das Nações Unidas, a estabilidade estratégica global, soluções políticas para questões mais destacadas, desafios de segurança não tradicionais e aprimoramento da governança de segurança global.

A China espera que as partes possam cooperar em uma ou várias dessas áreas, sem se restringir às que foram propostas. Conta também com a participação de todos para enriquecer o conteúdo da iniciativa e explorar novas formas e domínios da parceria.

Em terceiro lugar, o documento visa construir consenso. A iniciativa tem postura aberta e inclusiva, acolhendo e encorajando a participação da comunidade internacional. Sugere criar mais plataformas e mecanismos para intercâmbio e cooperação, aumentar os recursos e o apoio destinados aos países em desenvolvimento e fortalecer a voz dessas nações no sistema de governança de segurança global.

A China tem a disposição de fornecer 5.000 vagas nos próximos cinco anos para capacitar profissionais em países em desenvolvimento, a fim de fortalecer a segurança global e torná-la mais justa e racional.

A história da humanidade demonstra que segurança e progresso são interdependentes e inseparáveis, como duas asas de um mesmo pássaro ou de um mesmo avião. A iniciativa e o documento evidenciam que, diante das turbulências no cenário internacional, a China segue com firmeza o caminho do desenvolvimento pacífico, buscando preservar a paz mundial e contribuir para o desenvolvimento global.

Ao lado do Brasil e dos demais países, a China tem a expectativa de defender o multilateralismo genuíno, lidar com os diversos riscos e desafios com uma abordagem de ganhos mútuos e solucionar os dilemas de segurança com espírito de solidariedade a fim de trazer ao mundo mais paz, segurança e prosperidade.

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