Lara Mesquita
É professora na Escola de Economia de São Paulo e pesquisadora do FGV CEPESP. Doutora em ciência política pelo IESP-UERJ
Folha de S.Paulo
A disputa em São Paulo destaca um fenômeno que se repete em todo o país: o crescimento da direita e da centro-direita. É nítida a evolução do desempenho desses partidos, que, conjuntamente, elegeram mais de 3.200 prefeitos, segundo os resultados preliminares do primeiro turno, relativos a 5.555 dos 5.568 municípios do país.
A estratégia do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de atrair para a legenda prefeitos em exercício parece ter dado resultado. O partido ultrapassou o MDB e o PP, tornando-se a legenda com o maior número de prefeitos eleitos no país.
PSD e MDB, atualmente os partidos mais adaptáveis ao governo de ocasião, registraram os melhores desempenhos nas urnas neste domingo, com 888 e 861 prefeitos eleitos no país, uma vantagem de mais de cem prefeituras conquistadas em relação ao PP (752), partido que se esperava que colhesse os frutos das emendas parlamentares ao orçamento na era Lira, figura de maior destaque da legenda atualmente.
União Brasil e PL também aparecem entre os mais bem posicionados em relação à quantidade de prefeituras conquistadas neste primeiro turno (589 e 523, respectivamente). O União Brasil, fruto da fusão entre PSL e DEM, registrou um crescimento tímido se comparado à soma das duas legendas em 2020.
O PL, de Valdemar da Costa Neto, embora seja apenas o quinto da lista e tenha sofrido uma derrota notável no Rio de Janeiro, disputará o segundo turno em 9 das 15 capitais que definirão seus novos governantes no final do mês. Se for bem-sucedido, o partido poderá se tornar a legenda que governa o maior número de grandes cidades do país.
No entanto, o grande destaque parece ser o Republicanos, partido que completa o grupo dos partidos de direita, ou do chamado centrão. A legenda mais que dobrou o número de cidades que irá administrar no próximo quadriênio, passando de 212 para 439, consolidando uma estratégia de crescimento orgânico e sustentável, já observada em 2020. Parece que o partido está se preparando para, em breve, assumir o papel de principal representante eleitoral da direita.
A disputa em São Paulo destaca um fenômeno que se repete em todo o país: o crescimento da direita e da centro-direita. É nítida a evolução do desempenho desses partidos, que, conjuntamente, elegeram mais de 3.200 prefeitos, segundo os resultados preliminares do primeiro turno, relativos a 5.555 dos 5.568 municípios do país.
A estratégia do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de atrair para a legenda prefeitos em exercício parece ter dado resultado. O partido ultrapassou o MDB e o PP, tornando-se a legenda com o maior número de prefeitos eleitos no país.
PSD e MDB, atualmente os partidos mais adaptáveis ao governo de ocasião, registraram os melhores desempenhos nas urnas neste domingo, com 888 e 861 prefeitos eleitos no país, uma vantagem de mais de cem prefeituras conquistadas em relação ao PP (752), partido que se esperava que colhesse os frutos das emendas parlamentares ao orçamento na era Lira, figura de maior destaque da legenda atualmente.
União Brasil e PL também aparecem entre os mais bem posicionados em relação à quantidade de prefeituras conquistadas neste primeiro turno (589 e 523, respectivamente). O União Brasil, fruto da fusão entre PSL e DEM, registrou um crescimento tímido se comparado à soma das duas legendas em 2020.
O PL, de Valdemar da Costa Neto, embora seja apenas o quinto da lista e tenha sofrido uma derrota notável no Rio de Janeiro, disputará o segundo turno em 9 das 15 capitais que definirão seus novos governantes no final do mês. Se for bem-sucedido, o partido poderá se tornar a legenda que governa o maior número de grandes cidades do país.
No entanto, o grande destaque parece ser o Republicanos, partido que completa o grupo dos partidos de direita, ou do chamado centrão. A legenda mais que dobrou o número de cidades que irá administrar no próximo quadriênio, passando de 212 para 439, consolidando uma estratégia de crescimento orgânico e sustentável, já observada em 2020. Parece que o partido está se preparando para, em breve, assumir o papel de principal representante eleitoral da direita.
Gilberto Kassab (PSD) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes em maio - Danilo Verpa - 6.mai.2024/Folhapress |
PSB, com 311 prefeituras, e PT (251) obtiveram os melhores desempenhos entre os partidos de esquerda, seguidos pelo PDT (151). Enquanto o Partido Socialista Brasileiro e o Partido dos Trabalhadores cresceram em comparação com 2020, os herdeiros do brizolismo encolheram, perdendo mais da metade das prefeituras conquistadas em 2020.
De maneira geral, as forças de esquerda ficaram longe de alcançar os adversários de centro-direita. O PT ficou atrás até mesmo do moribundo PSDB, que alcançou 273 prefeituras, mas não elegeu nem disputará o segundo turno em nenhuma capital em 2024. Para completar, os tucanos conseguiram a façanha de, pela primeira vez desde sua fundação, não eleger um único vereador na capital paulista.
Antes de encerrar, dois comentários sobre a disputa para a Câmara Municipal da cidade de São Paulo:
Embora o PRTB de Pablo Marçal tenha ficado muito próximo de disputar o segundo turno, o partido não elegeu um único vereador. Curiosamente, obteve aproximadamente o mesmo número de votos nominais e de legenda, o que é notável.
Os dois candidatos mais votados na cidade foram influenciadores digitais filiados a partidos de direita. Lucas Pavanato, do PL, conquistou mais de 160 mil votos, muito acima dos cerca de 36 mil que obteve quando tentou uma vaga na Assembleia Legislativa em 2022. Ana Carolina Oliveira, que ganhou notoriedade após a trágica morte de sua filha Isabella Nardoni, concorreu pelo Podemos e recebeu quase 130 mil votos.
De maneira geral, as forças de esquerda ficaram longe de alcançar os adversários de centro-direita. O PT ficou atrás até mesmo do moribundo PSDB, que alcançou 273 prefeituras, mas não elegeu nem disputará o segundo turno em nenhuma capital em 2024. Para completar, os tucanos conseguiram a façanha de, pela primeira vez desde sua fundação, não eleger um único vereador na capital paulista.
Antes de encerrar, dois comentários sobre a disputa para a Câmara Municipal da cidade de São Paulo:
Embora o PRTB de Pablo Marçal tenha ficado muito próximo de disputar o segundo turno, o partido não elegeu um único vereador. Curiosamente, obteve aproximadamente o mesmo número de votos nominais e de legenda, o que é notável.
Os dois candidatos mais votados na cidade foram influenciadores digitais filiados a partidos de direita. Lucas Pavanato, do PL, conquistou mais de 160 mil votos, muito acima dos cerca de 36 mil que obteve quando tentou uma vaga na Assembleia Legislativa em 2022. Ana Carolina Oliveira, que ganhou notoriedade após a trágica morte de sua filha Isabella Nardoni, concorreu pelo Podemos e recebeu quase 130 mil votos.
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