Tradução / Em 14 de Outubro de 2022, a polícia de Edmonton apresentou uma acusação de $5,000 contra o jornalista Duncan Kinney, alegando que ele escreveu com spray as palavras “na realidade um nazista” no busto de Roman Shukhevych, um ultranacionalista ucraniano e colaborador nazista da Segunda Guerra Mundial. A acusação refere-se a um incidente em agosto de 2021 no qual o monumento, localizado no terreno do Complexo de Unidade da Juventude da Ucrânia, no norte de Edmonton, foi vandalizado.
Kinney é um jornalista independente e o editor e principal colaborador do Progress Report, um projeto de comunicação do Progress Alberta, que inclui um podcast semanal, um boletim informativo e relatórios investigativos regulares. Kinney escreveu várias vezes nos últimos anos sobre o monumento a Shukhevych, inclusive sobre o vandalismo.
A estátua de Shukhevych não foi vandalizada uma única vez. Desde a sua inauguração, ela vem sendo continuamente grafitada com a denúncia de que o referido foi um adepto dedicado do nazismo, como ocorrera em dezembro de 2019, quando as palavras “Nazi scum” – (escória nazista) marcaram o monumento. Em 2020, Kinney reportou que os representantes do Complexo da União da Juventude Ucraniana e a Liga da Ucranianos Canadenses admitiram a Progress Alberta a possibilidade da polícia de Edmonton estar investigando as pichações à estátua como crime de ódio, embora isto até então não estivesse confirmado pelas autoridades.
Em um comunicado emitido em 31 de outubro de 2022, Kinney explicou que foi preso por um policial da Unidade de Crimes de Ódio e Extremismo Violento da polícia de Edmonton, acompanhado por três outros oficiais.
O monumento a Shukhevych não está sozinho entre as celebrações aos colaboradores ucranianos da Segunda Guerra Mundial no Canadá. O monumento situa-se perto do túmulo no Cemitério Saint Michael de Edmonton que é dedicada aos veteranos da 14.ª Divisão de Granadeiros da Waffen da SS, também conhecida como a SS Galizien, uma divisão de voluntários ucranianos nacionalistas. O monumento foi vandalizado em 2021 com a indicação “Nazi Monument 14th Waffen SS” – Monumento Nazista da 14ª Waffen da SS. Grupos de judeus e poloneses no Canadá vêm pedindo há décadas a remoção dos monumentos e, na sequência dos recentes incidentes, renovaram suas demandas.
De monumentos ucranianos no Canadá a questão dos nazistas
Kinney é um jornalista independente e o editor e principal colaborador do Progress Report, um projeto de comunicação do Progress Alberta, que inclui um podcast semanal, um boletim informativo e relatórios investigativos regulares. Kinney escreveu várias vezes nos últimos anos sobre o monumento a Shukhevych, inclusive sobre o vandalismo.
A estátua de Shukhevych não foi vandalizada uma única vez. Desde a sua inauguração, ela vem sendo continuamente grafitada com a denúncia de que o referido foi um adepto dedicado do nazismo, como ocorrera em dezembro de 2019, quando as palavras “Nazi scum” – (escória nazista) marcaram o monumento. Em 2020, Kinney reportou que os representantes do Complexo da União da Juventude Ucraniana e a Liga da Ucranianos Canadenses admitiram a Progress Alberta a possibilidade da polícia de Edmonton estar investigando as pichações à estátua como crime de ódio, embora isto até então não estivesse confirmado pelas autoridades.
Em um comunicado emitido em 31 de outubro de 2022, Kinney explicou que foi preso por um policial da Unidade de Crimes de Ódio e Extremismo Violento da polícia de Edmonton, acompanhado por três outros oficiais.
O monumento a Shukhevych não está sozinho entre as celebrações aos colaboradores ucranianos da Segunda Guerra Mundial no Canadá. O monumento situa-se perto do túmulo no Cemitério Saint Michael de Edmonton que é dedicada aos veteranos da 14.ª Divisão de Granadeiros da Waffen da SS, também conhecida como a SS Galizien, uma divisão de voluntários ucranianos nacionalistas. O monumento foi vandalizado em 2021 com a indicação “Nazi Monument 14th Waffen SS” – Monumento Nazista da 14ª Waffen da SS. Grupos de judeus e poloneses no Canadá vêm pedindo há décadas a remoção dos monumentos e, na sequência dos recentes incidentes, renovaram suas demandas.
De monumentos ucranianos no Canadá a questão dos nazistas
Shukhevych era o líder do Exército Insurreto Ucraniano, o braço armado da facção de Stepan Bandera, da Organização dos Nacionalistas Ucranianos. Durante a 2a Guerra Mundial, Shukhevych comandou diversas unidades militares compostas por ultranacionalistas ucranianos que serviam à armada germânica. Ele foi um dos responsáveis por uma campanha genocida de limpeza étnica realizada contra a população polonesa da Volínia e da Galícia Oriental, que tinha como objetivo criar uma Ucrânia etnicamente homogênea. Estima-se que o número de mortos nessa campanha varie entre sessenta mil e cem mil.
O consenso histórico é que Shukhevych foi responsável pela morte de dezenas de milhares de pessoas, incluindo poloneses, judeus, bielorrussos, russos e até mesmo outros ucranianos (particularmente partisans comunistas, aliados do Exército Vermelho). Em sua atuação como colaborador nazista e líder da Organização dos Nacionalistas Ucranianos, Shukhevych foi responsável direto pelo Holocausto na Ucrânia. Segundo o historiador John-Paul Himka, no decorrer do inverno de 1943 – 1944, a fração de Shukhevych, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos, realizou uma emboscada para assassinar judeus ucranianos refugiados nas florestas da Ucrânia Ocidental.
O Cemitério Ucraniano St. Volodymyr em Oakville, Ontario, abriga o memorial da 1ª Divisão Ucraniana do Exército Nacional Ucraniano. O Exército Nacional Ucraniano foi criado pelos nazistas reunindo ucranianos que haviam se engajado e lutado com a 14ª Divisão Waffen SS. Quando o memorial em Oakville foi inaugurado, e tão logo pichado com os dizeres “Monumento à Guerra Nazista”, a polícia regional de Halton deu início a uma investigação de crime de ódio. Este mesmo cemitério também abrigava um outro monumento em homenagem ao Exército Ucraniano Insurreto.
Shukhevych também foi elencado – junto com outros apoiadores do nazismo, grupos fascistas variados e criminosos de guerra – na companhia de centenas de indivíduos que foram listados para serem homenageados no ainda incompleto Memorial de Vítimas do Comunismo, em Ottawa, cujo orçamento corresponde a 7,5 milhões de dólares, A filial de Edmonton da Liga de Ucranianos Canadenses comprou diversos “tijolos” virtuais, em homenagem a Shukhevych, como parte de uma campanha no estilo de financiamento coletivo destinada a arrecadar para a construção do memorial.
Fotos de Shukhevych e de Stepan Bandera podem ser vistas em centros culturais e comunitários ucranianos por todo Canadá. Eles são considerados heróis entre os atuais ultranacionalistas ucranianos, tanto na Ucrânia como entre a comunidade da diáspora ucraniana. Shukhevych e Bandera são apresentados principalmente em desfiles comemorativos, bem como em marchas tradicionais, como vem acontecendo em Lviv e Kiev.
Evocando fascistas para eliminar comunistas
O consenso histórico é que Shukhevych foi responsável pela morte de dezenas de milhares de pessoas, incluindo poloneses, judeus, bielorrussos, russos e até mesmo outros ucranianos (particularmente partisans comunistas, aliados do Exército Vermelho). Em sua atuação como colaborador nazista e líder da Organização dos Nacionalistas Ucranianos, Shukhevych foi responsável direto pelo Holocausto na Ucrânia. Segundo o historiador John-Paul Himka, no decorrer do inverno de 1943 – 1944, a fração de Shukhevych, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos, realizou uma emboscada para assassinar judeus ucranianos refugiados nas florestas da Ucrânia Ocidental.
O Cemitério Ucraniano St. Volodymyr em Oakville, Ontario, abriga o memorial da 1ª Divisão Ucraniana do Exército Nacional Ucraniano. O Exército Nacional Ucraniano foi criado pelos nazistas reunindo ucranianos que haviam se engajado e lutado com a 14ª Divisão Waffen SS. Quando o memorial em Oakville foi inaugurado, e tão logo pichado com os dizeres “Monumento à Guerra Nazista”, a polícia regional de Halton deu início a uma investigação de crime de ódio. Este mesmo cemitério também abrigava um outro monumento em homenagem ao Exército Ucraniano Insurreto.
Shukhevych também foi elencado – junto com outros apoiadores do nazismo, grupos fascistas variados e criminosos de guerra – na companhia de centenas de indivíduos que foram listados para serem homenageados no ainda incompleto Memorial de Vítimas do Comunismo, em Ottawa, cujo orçamento corresponde a 7,5 milhões de dólares, A filial de Edmonton da Liga de Ucranianos Canadenses comprou diversos “tijolos” virtuais, em homenagem a Shukhevych, como parte de uma campanha no estilo de financiamento coletivo destinada a arrecadar para a construção do memorial.
Fotos de Shukhevych e de Stepan Bandera podem ser vistas em centros culturais e comunitários ucranianos por todo Canadá. Eles são considerados heróis entre os atuais ultranacionalistas ucranianos, tanto na Ucrânia como entre a comunidade da diáspora ucraniana. Shukhevych e Bandera são apresentados principalmente em desfiles comemorativos, bem como em marchas tradicionais, como vem acontecendo em Lviv e Kiev.
Evocando fascistas para eliminar comunistas
O porquê do surgimento de tantos monumentos dedicados aos colaboradores nazistas ucranianos no Canadá está enraizado em alguns capítulos sombrios da história canadense. O país conta com a segunda maior comunidade da diáspora ucraniana mundial, ficando apenas atrás da Rússia, com aproximadamente 1.3 milhões de canadenses proclamando-se parcial ou inteiramente descendentes de ucranianos, ou seja, cerca de 4% da população nacional.
As primeiras ondas de imigração ucraniana começaram na segunda metade do século XIX. Os ucranianos, assim como demais grupos étnicos da Europa Central e Leste Europeu, foram incentivados a estabelecer-se e cultivar nos prados do Oeste do Canadá, em terras que na época haviam sido recentemente desapropriadas de seus originários habitantes, indígenas, pela força.
Assim como muitas comunidades de minorias culturais que estavam tentando fincar raízes no Canadá, particularmente na virada do século XX, os ucranianos enfrentaram discriminação e, para lidarem com isto, formaram organizações fraternais e benificentes. Alguns desses grupos evoluíram para organizações mais abertamente socialistas, incluindo o Partido Social Democrata Ucraniano do Canadá, que foi tornado ilegal pelo governo canadense, e teve suas lideranças presas pelo governo canadense em 1918.
Da mesma maneira, o governo canadense, que, à época da 1ª Guerra Mundial, considerava os ucranianos como parte do Império Austro- Húngaro, condenou cerca de oito mil de ucranianos- canadenses ao trabalho escravo, presos em campos de concentração. Em alguns casos, este trabalho forçado estendeu-se até meados de 1920, quase 2 anos após o fim da guerra. Aproximadamente oitenta mil ucranianos foram obrigados a se registrar como “inimigos estrangeiros ” neste mesmo período. Apesar de muitos terem sido libertados por volta de 1916-17, os ucranianos foram reenclausurados após a Revolução Russa, no contexto de “Ameaça Vermelha” disseminada no Canadá naqueles tempos.
Depois da 2ª Guerra Mundial, o território canadense recebeu outra onda de imigração ucraniana. Esta incluiu pessoas que sofreram migração forçada encontradas na Alemanha e prisioneiros de guerra no campo dos aliados, no fim do conflito. No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, começaram a circular rumores de que nazistas de alto escalão e seus colaboradores haviam encontrado refúgio nos Estados Unidos, no Reino Unido, no Canadá e na Austrália. Isto levou a investigações pelos governos dos respectivos países.
Em 1985, uma comissão de inquérito foi nomeada pelo Primeiro- Ministro Brian Mulroney, liderada pelo juiz Jules Deschênes. O inquérito foi criado na sequência da publicação de None Is Too Many, um balanço da questão histórica das políticas de imigração antissemitas do Canadá. Estas políticas, em vigor mesmo após a 2ª Guerra Mundial, impediu os judeus europeus de migrarem para o Canadá (em parte devido a preocupações equivocadas de que os judeus trariam o comunismo para o Canadá). As autoridades canadenses permitiram, simultaneamente, que conhecidos ou possíveis entusiastas nazistas pudessem emigrar já que estes, sim , podiam ser considerados “anti- Comunistas confiáveis”.
Lobistas ultranacionalistas ucranianos
As primeiras ondas de imigração ucraniana começaram na segunda metade do século XIX. Os ucranianos, assim como demais grupos étnicos da Europa Central e Leste Europeu, foram incentivados a estabelecer-se e cultivar nos prados do Oeste do Canadá, em terras que na época haviam sido recentemente desapropriadas de seus originários habitantes, indígenas, pela força.
Assim como muitas comunidades de minorias culturais que estavam tentando fincar raízes no Canadá, particularmente na virada do século XX, os ucranianos enfrentaram discriminação e, para lidarem com isto, formaram organizações fraternais e benificentes. Alguns desses grupos evoluíram para organizações mais abertamente socialistas, incluindo o Partido Social Democrata Ucraniano do Canadá, que foi tornado ilegal pelo governo canadense, e teve suas lideranças presas pelo governo canadense em 1918.
Da mesma maneira, o governo canadense, que, à época da 1ª Guerra Mundial, considerava os ucranianos como parte do Império Austro- Húngaro, condenou cerca de oito mil de ucranianos- canadenses ao trabalho escravo, presos em campos de concentração. Em alguns casos, este trabalho forçado estendeu-se até meados de 1920, quase 2 anos após o fim da guerra. Aproximadamente oitenta mil ucranianos foram obrigados a se registrar como “inimigos estrangeiros ” neste mesmo período. Apesar de muitos terem sido libertados por volta de 1916-17, os ucranianos foram reenclausurados após a Revolução Russa, no contexto de “Ameaça Vermelha” disseminada no Canadá naqueles tempos.
Depois da 2ª Guerra Mundial, o território canadense recebeu outra onda de imigração ucraniana. Esta incluiu pessoas que sofreram migração forçada encontradas na Alemanha e prisioneiros de guerra no campo dos aliados, no fim do conflito. No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, começaram a circular rumores de que nazistas de alto escalão e seus colaboradores haviam encontrado refúgio nos Estados Unidos, no Reino Unido, no Canadá e na Austrália. Isto levou a investigações pelos governos dos respectivos países.
Em 1985, uma comissão de inquérito foi nomeada pelo Primeiro- Ministro Brian Mulroney, liderada pelo juiz Jules Deschênes. O inquérito foi criado na sequência da publicação de None Is Too Many, um balanço da questão histórica das políticas de imigração antissemitas do Canadá. Estas políticas, em vigor mesmo após a 2ª Guerra Mundial, impediu os judeus europeus de migrarem para o Canadá (em parte devido a preocupações equivocadas de que os judeus trariam o comunismo para o Canadá). As autoridades canadenses permitiram, simultaneamente, que conhecidos ou possíveis entusiastas nazistas pudessem emigrar já que estes, sim , podiam ser considerados “anti- Comunistas confiáveis”.
Lobistas ultranacionalistas ucranianos
A Comissão de Deschênes teve uma atuação extremamente restrita. Seu escopo foi limitado, e ela falhou na consulta de arquivos soviéticos e do Leste Europeu – uma grave falha resultante da pressão de grupos da diáspora europeia oriental, que insistiram (inviabilizando o acesso à evidências) que qualquer documentação soviética ou do bloco do Leste deveria ser desconsiderada.
A comissão também suprimiu e censurou inúmeras provas documentais e não apreciou as conclusões do Tribunal de Nuremberg e outros precedentes históricos. O governo de Mulroney também pressionou a Comissão de Deschênes, que dava sinais de independência, a concluir logo os trabalhos, indistintamente do que descobriu. E, afinal, a conclusão da Comissão – deduzindo que o número de suspeitos de crimes de guerra no Canadá teria sido exagerado em demasia – foi tida como suspeita.
A comissão também suprimiu e censurou inúmeras provas documentais e não apreciou as conclusões do Tribunal de Nuremberg e outros precedentes históricos. O governo de Mulroney também pressionou a Comissão de Deschênes, que dava sinais de independência, a concluir logo os trabalhos, indistintamente do que descobriu. E, afinal, a conclusão da Comissão – deduzindo que o número de suspeitos de crimes de guerra no Canadá teria sido exagerado em demasia – foi tida como suspeita.
O inquérito provocou uma considerável animosidade entre a comunidade judaica do Canadá e as comunidades de emigrantes do Leste Europeu no país. Estas últimas declararam que as alegações de que o Canadá estivesse abrigando criminosos de guerra ou colaboradores não passavam de tentativas soviéticas de desestabilizar a sociedade canadense.
Afirmações parecidas foram feitas por representantes da Comunidade Ucraniana do Canadá no decorrer dos últimos anos, de igual maneira que embrólios como o destes monumentos e do histórico registro de guerra do avô materno da vice-primeira-ministra Chrystia Freeland (que editou um jornal pró-nazista) foram levantadas por funcionários diplomáticos russos.
Em Março de 2022, Freeland foi fotografado com um cachecol preto e vermelho, as cores da UPA, com um bordado com o slogan “Slava Ukraini, Heroyam Slava” (Glória a Ucrânia, Glória aos heróis), o slogan de guerra dos ucranianos nazistas. A imagem, junto com o slogan, apareceu na conta de Freeland no twitter mas foi apagada de imediato. Quando a imprensa canadense entrou em contato com o escritório para entrevistá-la, receberam uma resposta vinda do presidente da bancada ucraniana no congresso canadense (Ukrainian Canadian Congress).
De acordo com o jornalista e pesquisador Moss Robeson, as duas principais organizações ucranianas – a UCC (Ukrainian Canadian Congress) e a Liga de Ucranianos Canadenses – são fortemente influenciadas por seguidores e admiradores de Stepan Bandera. Tal como fora reportado por Robeson, o ex- presidente da UCC Paul Grod “solicitou o reconhecimento canadense da OUN e da UPA como ‘nomeados combatentes da resistência’, propondo que os contribuintes canadenses deveriam pagar pensão aos seus veteranos”. Além disto, ele, “categoricamente e com veemência, nega e negou o envolvimento do ultranacionalismo ucraniano no Holocausto”. Grod ficou no conselho do Tributo a Liberdade (Tribute to Liberty), que levantou fundos e realizou lobbies com o governo para a construção do Memorial às Vítimas do Comunismo em Ottawa.
Mais recentemente,exaustivas pesquisas feitas por grupos judaicos do Canadá concluíram que mais de dois mil membros da Divisão da Galícia estabeleceram-se no Canadá após a guerra, a pedido do governo britânico.
Quando pichar monumentos nazistas é um "crime de ódio"
Afirmações parecidas foram feitas por representantes da Comunidade Ucraniana do Canadá no decorrer dos últimos anos, de igual maneira que embrólios como o destes monumentos e do histórico registro de guerra do avô materno da vice-primeira-ministra Chrystia Freeland (que editou um jornal pró-nazista) foram levantadas por funcionários diplomáticos russos.
Em Março de 2022, Freeland foi fotografado com um cachecol preto e vermelho, as cores da UPA, com um bordado com o slogan “Slava Ukraini, Heroyam Slava” (Glória a Ucrânia, Glória aos heróis), o slogan de guerra dos ucranianos nazistas. A imagem, junto com o slogan, apareceu na conta de Freeland no twitter mas foi apagada de imediato. Quando a imprensa canadense entrou em contato com o escritório para entrevistá-la, receberam uma resposta vinda do presidente da bancada ucraniana no congresso canadense (Ukrainian Canadian Congress).
De acordo com o jornalista e pesquisador Moss Robeson, as duas principais organizações ucranianas – a UCC (Ukrainian Canadian Congress) e a Liga de Ucranianos Canadenses – são fortemente influenciadas por seguidores e admiradores de Stepan Bandera. Tal como fora reportado por Robeson, o ex- presidente da UCC Paul Grod “solicitou o reconhecimento canadense da OUN e da UPA como ‘nomeados combatentes da resistência’, propondo que os contribuintes canadenses deveriam pagar pensão aos seus veteranos”. Além disto, ele, “categoricamente e com veemência, nega e negou o envolvimento do ultranacionalismo ucraniano no Holocausto”. Grod ficou no conselho do Tributo a Liberdade (Tribute to Liberty), que levantou fundos e realizou lobbies com o governo para a construção do Memorial às Vítimas do Comunismo em Ottawa.
Mais recentemente,exaustivas pesquisas feitas por grupos judaicos do Canadá concluíram que mais de dois mil membros da Divisão da Galícia estabeleceram-se no Canadá após a guerra, a pedido do governo britânico.
Quando pichar monumentos nazistas é um "crime de ódio"
Embora o monumento Shukhevych em Edmonton seja propriedade privada do Complexo de Unidade da Juventude da Ucrânia, o complexo foi parcialmente financiado, no início dos anos 1970, pelo governo de Alberta, no valor de US $ 75.000 em dinheiro de doação. Em 2020, o Complexo recebeu o financiamento de U$ 35. 000 pelo governo federal para um sistema de segurança para proteção contra “crimes de ódio”. A maior parte dos demais candidatos para este programa de apoio financeiro incluíam mesquitas e sinagogas.
O porta-voz da Segurança Pública do Canadá afirmou que o complexo tinha “demonstrado suficientemente em sua fundamentação que sua comunidade e o local do projeto estavam em risco de crime motivado por ódio para então ser qualificado para o financiamento do Programa.” Entretanto, não foram fornecidos mais detalhes sobre o porquê dos crimes de ódio terem sido dirigidos à Comunidade Ucraniana de Edmonton ou a seus centros de juventude.
A cobertura do incidente foi amplamente enfocada na possibilidade de haver um jornalista cometendo um ato de vandalismo para então realizar uma reportagem a respeito, e na possível infração ética que tal ação poderia implicar. O fato de que existe um monumento a um colaborador do nazismo e criminoso de guerra responsável pela morte de dezenas de milhares não foi o foco principal de grande parte da imprensa. Kinney é um jornalista com atuação crítica ao Serviço de Polícia de Edmonton, que por isso não o reconhece profissionalmente.
Nem todos dão importância para alegação da polícia sobre a violação do Código de Ética Jornalista: o CAHN - Canadian Anti-Hate Network declarou: “Duncan Kinney foi acusado precisamente de grafitar uma estátua nazista e ser legal. Não temos ideia se foi ele. Se descobrirmos quem realmente fez isso, a gente agradece. A façanha foi um serviço público incrível.”
Colaborador
Taylor C. Noakes é um jornalista independente e historiador.
O porta-voz da Segurança Pública do Canadá afirmou que o complexo tinha “demonstrado suficientemente em sua fundamentação que sua comunidade e o local do projeto estavam em risco de crime motivado por ódio para então ser qualificado para o financiamento do Programa.” Entretanto, não foram fornecidos mais detalhes sobre o porquê dos crimes de ódio terem sido dirigidos à Comunidade Ucraniana de Edmonton ou a seus centros de juventude.
A cobertura do incidente foi amplamente enfocada na possibilidade de haver um jornalista cometendo um ato de vandalismo para então realizar uma reportagem a respeito, e na possível infração ética que tal ação poderia implicar. O fato de que existe um monumento a um colaborador do nazismo e criminoso de guerra responsável pela morte de dezenas de milhares não foi o foco principal de grande parte da imprensa. Kinney é um jornalista com atuação crítica ao Serviço de Polícia de Edmonton, que por isso não o reconhece profissionalmente.
Nem todos dão importância para alegação da polícia sobre a violação do Código de Ética Jornalista: o CAHN - Canadian Anti-Hate Network declarou: “Duncan Kinney foi acusado precisamente de grafitar uma estátua nazista e ser legal. Não temos ideia se foi ele. Se descobrirmos quem realmente fez isso, a gente agradece. A façanha foi um serviço público incrível.”
Colaborador
Taylor C. Noakes é um jornalista independente e historiador.
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