Rodovia dos Tamoios, que teve novo trecho inaugurado recentemente - Bruno Santos - 14.abr.2022/Folhapress |
O planejamento econômico voltou à moda. Não o planejamento centralizador que acredita no Estado onipotente para ditar os rumos do desenvolvimento econômico, mas sim a ideia de que o governo tem um papel importante na coordenação e incentivo à transformação produtiva em economias de mercado.
No Brasil estamos vendo isso na prática, com várias lideranças empresariais reconhecendo que precisamos de mais investimento público, bem como de política nacional que garanta o abastecimento de insumos básicos, que hoje vão muito além da "doutrina de segurança nacional" do século 20, que buscava a quase autossuficiência em energia, combustível, siderurgia e alimentos.
O choque da Covid e a invasão da Ucrânia deixaram claro que, no século 21, também é preciso ter resiliência econômica a choques na oferta de informação digital (de semicondutores a softwares e redes), produtos farmacêuticos (vacinas), fertilizantes e outros insumos básicos.
No Brasil estamos vendo isso na prática, com várias lideranças empresariais reconhecendo que precisamos de mais investimento público, bem como de política nacional que garanta o abastecimento de insumos básicos, que hoje vão muito além da "doutrina de segurança nacional" do século 20, que buscava a quase autossuficiência em energia, combustível, siderurgia e alimentos.
O choque da Covid e a invasão da Ucrânia deixaram claro que, no século 21, também é preciso ter resiliência econômica a choques na oferta de informação digital (de semicondutores a softwares e redes), produtos farmacêuticos (vacinas), fertilizantes e outros insumos básicos.
Resiliência econômica não implica necessariamente autossuficiência produtiva, pois o comércio internacional pode ser uma fonte de progresso tecnológico e aumento de bem-estar social.
Depois da segunda guerra mundial, os poucos países que conseguiram fazer um salto de desenvolvimento econômico, quase todos eles no leste asiático, o fizeram com integração comercial estratégica, criando vantagens comparativas via investimento pesado em educação, infraestrutura e tecnologia.
Agora, resiliência a choques internacionais e diversificação produtiva voltaram ao topo da agenda de política econômica dos EUA, Europa e Japão, com propostas explícitas de estímulo ao conteúdo local, disfarçadas de "desenvolvimento tecnológico" e "desenvolvimento verde", para não criar problemas na OMC.
No Brasil, o discurso do governo Bolsonaro continua preso ao Neoliberalismo gagá de Chicago nos anos 1970, mas sua prática já se rendeu ao fisiologismo extrativista do Centrão e ao corporativismo de algumas categorias do serviço público.
Pressões setoriais sempre existiram e sempre existirão. Para combatê-las é preciso ter política econômica de verdade, um projeto de país que organize e ordene as diversas demandas sobre o orçamento público.
Precisamos de programas de investimento público em infraestrutura e inovação, incentivos à diversificação produtiva e apoio à criação e desenvolvimento de empresas nacionais com capacidade de competir no mercado externo.
Proteção infinita para extrair renda de clientes domésticos não funciona, seja na área de insumos básicos, seja na área de comércio varejista com medo de compras internacionais via internet, mas estou saindo do ponto.
Voltando, na infraestrutura, o conceito relevante para um novo programa de investimento não é só transporte, energia, saneamento e telecomunicações. Infraestrutura também inclui saúde, educação e segurança pública, atividades que, além de reduzir custos econômicos, geram muitos empregos e aumentam o bem-estar da população.
Na centro esquerda já há várias propostas sobre o assunto, cada uma com seu rótulo preferido: plano de metas, programa de reconstrução, plano nacional de desenvolvimento, economia do "projetamento", economia das missões e outros adjetivos.
Meu lado Policarpo Quaresma prefere o rótulo de JK: "metas", mas isso é o menos importante. Seja qual for o nome preferido pelos colegas, o importante é eleger um novo governo que resgate o papel do Estado como indutor do desenvolvimento para todos, em parceria com o mercado.
Sobre o autor
Depois da segunda guerra mundial, os poucos países que conseguiram fazer um salto de desenvolvimento econômico, quase todos eles no leste asiático, o fizeram com integração comercial estratégica, criando vantagens comparativas via investimento pesado em educação, infraestrutura e tecnologia.
Agora, resiliência a choques internacionais e diversificação produtiva voltaram ao topo da agenda de política econômica dos EUA, Europa e Japão, com propostas explícitas de estímulo ao conteúdo local, disfarçadas de "desenvolvimento tecnológico" e "desenvolvimento verde", para não criar problemas na OMC.
No Brasil, o discurso do governo Bolsonaro continua preso ao Neoliberalismo gagá de Chicago nos anos 1970, mas sua prática já se rendeu ao fisiologismo extrativista do Centrão e ao corporativismo de algumas categorias do serviço público.
Pressões setoriais sempre existiram e sempre existirão. Para combatê-las é preciso ter política econômica de verdade, um projeto de país que organize e ordene as diversas demandas sobre o orçamento público.
Precisamos de programas de investimento público em infraestrutura e inovação, incentivos à diversificação produtiva e apoio à criação e desenvolvimento de empresas nacionais com capacidade de competir no mercado externo.
Proteção infinita para extrair renda de clientes domésticos não funciona, seja na área de insumos básicos, seja na área de comércio varejista com medo de compras internacionais via internet, mas estou saindo do ponto.
Voltando, na infraestrutura, o conceito relevante para um novo programa de investimento não é só transporte, energia, saneamento e telecomunicações. Infraestrutura também inclui saúde, educação e segurança pública, atividades que, além de reduzir custos econômicos, geram muitos empregos e aumentam o bem-estar da população.
Na centro esquerda já há várias propostas sobre o assunto, cada uma com seu rótulo preferido: plano de metas, programa de reconstrução, plano nacional de desenvolvimento, economia do "projetamento", economia das missões e outros adjetivos.
Meu lado Policarpo Quaresma prefere o rótulo de JK: "metas", mas isso é o menos importante. Seja qual for o nome preferido pelos colegas, o importante é eleger um novo governo que resgate o papel do Estado como indutor do desenvolvimento para todos, em parceria com o mercado.
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