O preço do petróleo e a miríade de horrores da mudança climática que o petróleo exacerba tornam muito importante para que nós o deixemos nas mãos do livre mercado. As companhias petrolíferas deveriam ser nacionalizadas.
Matt Bruenig
Apesar do aumento da demanda global por petróleo e do aumento dos preços do gás, as empresas petrolíferas americanas estão retendo a expansão da produção doméstica. (Darin Marshall/Flickr) |
Tradução / Os preços da gasolina nos Estados Unidos aumentaram muito nos últimos 18 meses e atualmente estão acima de US$ 4 por galão. Se os preços continuarem a subir ou permanecerem em seus níveis elevados atuais, isso poderá causar dificuldades financeiras para muitas famílias e causar problemas políticos para os democratas antes das próximas eleições de meio de mandato.
De acordo com a maioria dos relatórios sobre o tema, os preços do gás aumentaram porque a demanda global por petróleo aumentou mais rapidamente do que a oferta global de petróleo. O fornecimento de petróleo está sendo travado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que se recusa a aumentar significativamente suas cotas de produção, pela guerra russo-ucraniana, que levou a sanções e boicotes que estão encalhando parte do petróleo da produção russa, e pelas petrolíferas norte-americanas, que se recusam a expandir a produção nacional de petróleo.
Uma das razões pelas quais as companhias petrolíferas norte-americanas não estão expandindo a produção doméstica é que seus proprietários e financiadores geralmente não querem que o façam. Esses investidores temem que os investimentos em expansão da produção no setor de petróleo sejam extremamente arriscados e possam não compensar. Esse medo parece ser justificado por experiências recentes no setor, onde investimentos maciços em fracking conseguiram produzir muito mais petróleo e, ao mesmo tempo, gerar perdas financeiras gigantescas aos investidores.
De maneira mais ampla, parece razoável que os investidores sejam céticos em relação ao futuro da indústria de petróleo e gás diante dos esforços em grande escala para extingui-la a fim de limitar as mudanças climáticas. Fazer um investimento de longo prazo em uma indústria (espero) em declínio para tirar vantagem (espero) de preços altos temporários não é uma coisa inteligente a se fazer, como os defensores da tese dos “ativos ociosos” vêm dizendo há pelo menos um década.
Defensores destas políticas têm promovido uma variedade de ideias inteligentes para tentar cortar esse nó górdio, mas até agora houve apenas uma discussão muito limitada de uma abordagem óbvia para esse problema básico: nacionalizar a indústria do petróleo.
Conforme discutido anteriormente no People’s Policy Project (I, II), uma indústria que é absolutamente essencial manter no curto prazo e absolutamente essencial eliminar no longo prazo é uma indústria que realmente deve ser gerenciada publicamente. Proprietários privados e investidores não estão no negócio para sustentar temporariamente indústrias moribundas, o que significa que eles trabalharão para evitar que a indústria morra, o que é ruim para o clima, ou se recusarão a sustentá-la temporariamente, o que pode causar um caos econômico. Um proprietário público está melhor posicionado para buscar o declínio gerenciado de maneira responsável.
Embora os problemas atuais do petróleo não sejam impulsionados principalmente pelo cálculo climático, a dinâmica subjacente é bastante semelhante. Os investidores privados estão relutantes em despejar dinheiro em um setor que eles acham que não será capaz de gerar lucros a médio e longo prazo. Esses investidores não se importam com as considerações econômicas ou geopolíticas gerais que podem justificar aumentos temporários de produção, apesar da falta de lucratividade de longo prazo. Com os tipos certos de incentivos, talvez o governo pudesse tornar o negócio palatável o suficiente para mudar o cálculo desses investidores. Mas por que se preocupar com isso quando o governo poderia simplesmente comprar a indústria e gerenciar esse processo diretamente?
Uma das razões pelas quais as companhias petrolíferas norte-americanas não estão expandindo a produção doméstica é que seus proprietários e financiadores geralmente não querem que o façam. Esses investidores temem que os investimentos em expansão da produção no setor de petróleo sejam extremamente arriscados e possam não compensar. Esse medo parece ser justificado por experiências recentes no setor, onde investimentos maciços em fracking conseguiram produzir muito mais petróleo e, ao mesmo tempo, gerar perdas financeiras gigantescas aos investidores.
De maneira mais ampla, parece razoável que os investidores sejam céticos em relação ao futuro da indústria de petróleo e gás diante dos esforços em grande escala para extingui-la a fim de limitar as mudanças climáticas. Fazer um investimento de longo prazo em uma indústria (espero) em declínio para tirar vantagem (espero) de preços altos temporários não é uma coisa inteligente a se fazer, como os defensores da tese dos “ativos ociosos” vêm dizendo há pelo menos um década.
Defensores destas políticas têm promovido uma variedade de ideias inteligentes para tentar cortar esse nó górdio, mas até agora houve apenas uma discussão muito limitada de uma abordagem óbvia para esse problema básico: nacionalizar a indústria do petróleo.
Conforme discutido anteriormente no People’s Policy Project (I, II), uma indústria que é absolutamente essencial manter no curto prazo e absolutamente essencial eliminar no longo prazo é uma indústria que realmente deve ser gerenciada publicamente. Proprietários privados e investidores não estão no negócio para sustentar temporariamente indústrias moribundas, o que significa que eles trabalharão para evitar que a indústria morra, o que é ruim para o clima, ou se recusarão a sustentá-la temporariamente, o que pode causar um caos econômico. Um proprietário público está melhor posicionado para buscar o declínio gerenciado de maneira responsável.
Embora os problemas atuais do petróleo não sejam impulsionados principalmente pelo cálculo climático, a dinâmica subjacente é bastante semelhante. Os investidores privados estão relutantes em despejar dinheiro em um setor que eles acham que não será capaz de gerar lucros a médio e longo prazo. Esses investidores não se importam com as considerações econômicas ou geopolíticas gerais que podem justificar aumentos temporários de produção, apesar da falta de lucratividade de longo prazo. Com os tipos certos de incentivos, talvez o governo pudesse tornar o negócio palatável o suficiente para mudar o cálculo desses investidores. Mas por que se preocupar com isso quando o governo poderia simplesmente comprar a indústria e gerenciar esse processo diretamente?
Sobre o autor
Matt Bruenig é o fundador do People's Policy Project.
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